sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ney Matogrosso se apresenta no Teatro Guararapes

Artista volta ao Recife para cantar músicas de autores consagrados e também da nova geração

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Thu May 05 06:00:00 BRT 2016 - Camila Estephania, da Folha de Pernambuco
Assista ao vídeo de Ney cantando “Roendo as Unhas”

Foram poucas as vezes em que Ney Matogrosso passou mais de dois anos sem lançar material inédito ao longo da sua carreira, que já soma mais de 40 anos. Os maiores hiatos da sua discografia se resumem aos intervalos entre “Quem Não Vive Tem Medo da Morte” (1988) e “As Aparências Enganam” (1993) e entre “Vagabundo” (2004) e “Inclassificáveis” (2008).  Ainda assim, o espírito inquieto do artista tratou de preencher essas lacunas com outros projetos paralelos, que não chegaram a virar disco.

Há três anos na estrada com a turnê do álbum “Atento aos Sinais”, lançado em 2013, o cantor volta a Pernambuco com o show do disco pela terceira vez esta noite, às 21h, no Teatro Guararapes. Algo incomum na trajetória do músico que diz ser desapegado aos repertórios, mas que respeita o desejo do público. “Esse é o show que passei mais tempo fazendo e não estou conseguindo parar de fazer. Se ele estivesse em uma descendência, eu pararia, mas cada vez que me apresento, surgem novos convites. Suspeito que o sucesso é porque é meu primeiro trabalho intencionalmente ligado com o mundo, antes, sempre fiz minha viagem particular”, avalia Ney, que não alterou a estrutura da apresentação, tendo só aumentado o bis.

Em “Atento aos Sinais”, o cantor interpreta composições de autores consagrados, como Itamar Assumpção e Paulinho da Viola, em “Isso não vai ficar assim” e “Roendo as Unhas”, respectivamente; e de revelações, como “Freguês da Meia-Noite”, de Criolo, e “Samba do BlackBerry”, de Rafael Rocha e Alberto Continentino. Essa última foi orginalmente gravada pela banda Tono, de Bem Gil, com a qual Ney veio pela última vez ao Recife, para participar do show dos cariocas no festival No Ar Coquetel Molotov do ano passado. Além de viver um momento em que dialoga mais intensamente com a nova geração da música, o cantor também selecionou o repertório buscando abordar temas atuais, que refletem sobre o estado político e comportamental da sociedade.

A abertura com “Rua de Passagem”, de Arnaldo Antunes e Lenine, que versa sobre a igualdade de direitos, anuncia desde o início da apresentação o tom da performance. “Quando escolho uma música, decido pela letra. Abordo esses assuntos, mas sigo meu caminho, quero divertir o público, porque está tudo muito estranho no Brasil. O que a gente está assistindo é uma tristeza, é a política em um nível tão baixo que dá vergonha. Não dá para defender ninguém”, opina Ney, que ainda tem datas para o show de “Atento aos Sinais” até o segundo semestre, mas já semeia algumas ideias para o próximo álbum, sem previsão de lançament

 

 

Fonte  Folha de Pe.

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