quarta-feira, 26 de abril de 2017

Uma geração de crianças perdida pelos traumas da guerra na Síria



As crianças sírias aterrorizadas pelas bombas e ataques aéreos mostram severos sinais de estresse emocional e poderiam crescer como uma geração "perdida pelos traumas", alertou nesta segunda-feira a organização Save the Children.
As entrevistas realizadas com mais de 450 crianças e adultos mostram um alto nível de estresse psicológico entre as crianças, muitas das quais sofrem de incontinência e dificuldades de fala.
Pelo menos três milhões de c
rianças vivem em zonas de guerra na Síria e a cada dia enfrentam bombardeios aéreos e disparos de canhões, em um conflito que chega ao seu sétimo ano.
Os adultos reportaram que dois terços das crianças perderam um ente querido, visto que sua casa foi bombardeada ou sofreram feridas relacionadas à guerra.

"Depois de seis anos de guerra, estamos em um ponto crítico", afirma a ONG em um relatório chamado "Feridas Invisíveis", dedicado ao impacto da guerra na saúde mental das crianças.
"O risco de ter uma geração vulnerável, perdida pelos traumas e um estresse extremo nunca foi tão grande", indicou a Save the Children.
Cerca de 84% dos entrevistados falaram de bombardeios aéreos e de disparos de canhões como causa principal do estresse.

Enquanto isso, 48% dos adultos relataram que desde o início da guerra as crianças perderam sua capacidade de se expressar ou desenvolveram dificuldades de fala.
Em torno de 81% das crianças também se tornaram mais agressivas, e 71% muitas vezes sofrem de incontinência.
Segundo metade dos entrevistados, a violência familiar está crescendo. E uma em cada quatro crianças disse não ter para onde ir ou a quem recorrer quando está com medo, triste ou com raiva.
Sonia Khush, diretora da Save the Children para a Síria, fala em tentativas de suicídio e atos de automutilação.
Na cidade de Madaya, s
eis adolescentes, entre eles uma menina de 12 anos, tentaram se matar nos últimos meses, segundo Khush.
As crianças de Madaya estão "psicologicamente destruídas e esgotadas", disse um professor da cidade, citado no relatório.
"Desenham crianças que se matam,
tanques, cercos e a falta de comida".
"As crianças esperam morrer para ir ao paraíso e estar em um lugar aquecido para comer e brincar", conta outro professor sobre Madaya.
cml/jm/are/tm/cb/lr
Fonte:  ZH noticias
Fotos/imagens: Arquivo Google  - Montagem: Cláudio Lima

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