Dandara não aparece na historiografia oficial, mas teria sido uma guerreira na luta contra a sociedade escravocrata “Sua imagem viva pode ser vista em cada mulher guerreira, que se identifica com suas origens, luta por liberdade, acredita em seus sonhos, seus valores e faz da insegurança sua força e do medo seu alimento”. (Silva, 2017).
* Por Ilza Kozik
Dandara não aparece na historiografia oficial, mas
teria sido uma guerreira na luta contra a sociedade escravocrata. Ganga Zumba,
chefe do quilombo dos Palmares assinou um tratado de paz com o governo
português, em Recife. No documento teria de mudar o quilombo da Serra da
Barriga, Capitania de Pernambuco, hoje região de Alagoas, uma área de terrenos
férteis protegida pela geografia e pela vegetação densa, para outra área menos
fértil e desprotegida. Em troca, os quilombolas e seus filhos teriam liberdade
garantida. Dandara se posiciona contra o acordo por entender que o mesmo não
garante a liberdade aos quilombolas, e com Zumbi permanece em Palmares. O
governo português não cumpriu o acordo. Após a morte de Ganga Zumba, Zumbi
assume a liderança do quilombo dos Palmares.
Os registros sobre a história de Dandara são
poucos. Sabe-se que foi a única esposa de Zumbi, o líder do quilombo dos
Palmares e mãe dos seus três filhos. Não se sabe ao certo como era sua
fisionomia, mas pelas habilidades, coragem e destreza, pode-se imaginar uma
bela mulher. Não existem registros sobre sua origem, só que apareceu no
quilombo ainda menina. Com os grupos componentes da comunidade, aprendeu a arte
da capoeira, o manejo de armas e estratégias de guerra. Teria participado das
lutas armadas, freqüentes contra o quilombo no período colonial. Uma mulher
corajosa que incentivava e treinava outras mulheres a se tornarem guerreiras. Dandara - esposa
de Zumbi, liderava as falanges femininas do exército palmarino.(Wikipédia) Seus sonhos iam às raízes da questão, por isso sua
luta era pelo despertar da consciência negra para que todos os quilombolas
lutassem pelo fim da escravidão. Na vida cotidiana era como as outras mulheres,
cuidava dos filhos, fabricava utensílios de cerâmica, madeira e tapeçaria e
ajudava nas atividades agrícolas.
O quilombo dos Palmares se iniciou nas últimas
décadas do século XVI e no final do século XVII tinha se tornado uma cidade com
diversas comunidades (mocambos) e uma população de cerca de vinte mil pessoas.
Palmares já era um centro comercial na região.
O bandeirante paulista Domingos Jorge Velho e sua
expedição atacou e destruiu o quilombo dos Palmares em 1694, causando ali um
verdadeiro genocídio. Dandara teria sido presa em 06 de fevereiro daquele ano e
para não voltar a ser escrava, suicidou-se.
“Sua imagem viva pode ser vista em cada mulher
guerreira, que se identifica com suas origens, luta por liberdade, acredita em
seus sonhos, seus valores e faz da insegurança sua força e do medo seu
alimento”. (Silva, 2017).
A sociedade marcada pelo machismo, não reconhece
Dandara como personagem atuante na História. As pesquisas sobre ela são
recentes e boa parte de sua vida ainda é um mistério.
Ilza Kozik
Pedagoga e Educadora ambiental
Fotos/Imagens: Arquivo Google
Video: You tube
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