quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A elite brasileira está cavando sua própria cova


Mas tem uma coisa que pode fazer estourar a bolha da elite brasileira: A possível condenação do presidente Lula!




Boa parte do mercado financeiro, os especuladores, rentistas, banqueiros e os vendilhões do capital nacional ainda não perceberam, mas tem algo estranho que paira longe do projeto arquitetado por eles para tirar Lula da disputa em 2018. Justamente aqueles que lidam com números, gráficos, acompanham dia e noite as variações da bolsa de valores, não conseguiram fazer um cálculo tão simples. Essa conta não está batendo!
O presidente Lula está no foco com manchetes negativas na mídia há 30 anos, mas vamos focar no inicio da operação Lava Jato em 2014. Nunca na história desse país como diria o ex-presidente da República uma pessoa foi tão execrada pela mídia brasileira. Foram horas e horas de programação do principal telejornal brasileiro, milhares de capas de revistas, jornais, portais de notícia, sem falar das Fake News não oficiais contra Lula.
Mas em todas as pesquisas de opinião, como a divulgada pelo instituto IPSOS nesta quarta-feira (20), a avaliação é surpreendente, Lula não para de crescer, parece não ter limites para sua subida. Mas esse não é o dado mais interessante, é natural que o Presidente que mais fez pelo povo brasileiro tenha tanta popularidade. O que realmente chama atenção é a sua rejeição e de seus adversários. Enquanto Lula tem a menor rejeição, seus adversários observam os gráficos de repúdio do povo brasileiro disparar. Não falo apenas de adversários políticos partidários de Lula, mas os políticos que não se assumem publicamente, como o juiz tucano Sergio Moro, que segundo a pesquisa IPSOS, está 5 pontos atrás do ex-presidente na avaliação positiva.
Mas como explicar isso? É simples, a nossa opinião é formada em geral não pelos meios de comunicação, mas sim pelo meio em que vivemos, dentro da perspectiva da nossa própria realidade. A elite brasileira está longe da realidade do povo brasileiro, ela não conhece suas angustias, suas aflições, seus medos, ou muito menos suas dificuldades. A bolha em que se encontra a elite brasileira é praticamente inviolável. Ninguém entra nela, mas também ninguém sai dela.
O que ela não percebeu ainda é o perigo em que ela e boa parte da classe política pertencente a essa bolha estão correndo. Está claro para a grande maioria do povo brasileiro que Lula sofre perseguição política, a tentativa de destruir a imagem dele só está causando mais revolta na população e um efeito contrário ao desejado pelas classes A e B. Essas classes estão perdendo inclusive o apoio da classe C, como é possível observar nas pesquisas de opinião.
Mas tem uma coisa que pode fazer estourar a bolha da elite brasileira: A possível condenação do presidente Lula!
Com essa agressão ao Estado de Direito ficará claro para uma considerável parcela da sociedade de que as leis não estão ao lado dos pobres, mas sim ao lado da plutocracia que se formou em nosso país, e as instituições serão totalmente desacreditadas.
O Brasil pós-2018 poderá viver o efeito Chávez! Para quem não sabe, o então presidente Venezuelano chegou ao poder em um clima muito parecido com o do Brasil de hoje, em um momento em que a então plutocracia Venezuelana perseguia os lideres sindicais do país e privilegiava os mais ricos. A esquerda moderada foi praticamente abolida com a radicalização das classes A e B, com esse vácuo a esquerda radical tomou campo, conquistando uma parcela significativa da sociedade Venezuela pertencente ao grande grupo popular que não estavam presentes na bolha da elite Venezuelana.
Uma nova esquerda poderá nascer no Brasil pós-2018, a esquerda que não acreditará mais nas instituições, e que focará no processo revolucionário do Estado brasileiro. E dessa vez com o apoio em massa da classe média que está enfurecida com os aumentos básicos como o gás, gasolina, eletricidade e demais produtos de consumo. A elite brasileira está cavando sua própria cova!

Escrito  por Jean Volpato- Jornalista, especialista em Gestão Estratégica em Políticas Públicas


Fonte: Brasil 247
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