Rússia chora com Portugal a morte de Eusébio
Foto: EPA
Em
entrevista ao correspondente da Itar-Tass, Murtaz Khurtsilava, antigo
capitão do Dinamo de Tbilisi e da seleção da URSS, participante em dois
campeonatos do mundo (1966 e 1970), considerou que o falecimento de
Eusébio é uma perda irreparável para o futebol mundial. Ele transmitiu
condolências ao povo de Portugal e a todo o mundo futebolístico:
“Em
1966, na Inglaterra, durante o Campeonato do Mundo, a seleção da URSS
defrontou a seleção de Portugal num jogo pelo terceiro lugar (1:2). Esse
jogo foi um verdadeiro espetáculo de futebol realizado por ambas as
equipas, mas ficou particularmente na memória o jogo extraordinariamente
bonito e o comportamento de Eusébio. Ele era um virtuoso do futebol, um
jogador muito técnico e bem educado, e nós, futebolistas, olhávamos com
respeito para adversários como esse.”
O
entrevistado pela Itar-Tass jogou outra vez contra Eusébio em 1971 em
Moscou, no jogo de despedida do lendário guarda-redes Lev Yashin:
“Então,
defrontaram-se as seleções do mundo e dos clubes Dinamo da União
Soviética: Moscou, Kiev, Tbilisi e Minsk. Esse jogo terminou com o
empate de 2:2 e Eusébio provocou novamente uma muito boa impressão”,
acrescentou ele.
Depois do jogo em Moscou, durante o banquete, Khurtsilava viu-se sentado à mesa em frente do português.
“Fiquei impressionado com a simplicidade de Eusébio, pois ele era um dos melhores jogadores do mundo de então”, recordou.
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Viacheslav
Koloskov, presidente honorário da União de Futebol da Rússia, que
dirigiu o futebol nacional durante muitos anos, também conheceu bem
Eusébio. Ele compartilhou as suas impressões com o sítio eletrônico
NTV.ru:
“Eusébio
era um símbolo para Portugal como Pelé é para o Brasil, Beckenbauer
para a Alemanha ou Cruijff para a Holanda. Ele era muito amigo de Lev
Yashin, que foi meu assessor da Direção de Futebol da URSS, visitou-nos
várias vezes. A simplicidade era a primeira coisa que saltava aos olhos.
Não obstante a sua glória mundial, o português era muito humilde e
pessoa sem caprichos. Quando um ou outro antigo futebolista lhe pedia
ajuda, ele ia de boa vontade ao encontro. Não foi por acaso que, nos
últimos tempos, se dedicou à beneficência.
Eu
vi Eusébio no ano passado numa das finais de competições europeias. Ele
tinha mudado muito, via-se que estava doente. Mas, mesmo nesse estado,
era rodeado por numerosas pessoas que se aproximavam para o
cumprimentar. Pois ele era uma lenda do futebol mundial...”.
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Serguei
Yuran, antigo ponta de lança do Benfica e da seleção da Rússia,
compartilhou também as suas emoções numa entrevista à Itar-Tass.
“Significa
muita coisa quando se erige um monumento a uma pessoa durante a vida. À
frente do estádio do Benfica, foi construído um monumento a Eusébio.
Por isso não vale a pena comentar. A sua morte é uma grande perda não só
para o futebol português, mas também mundial.
Eu
tive muito boas relações com ele. Eusébio dava-se bem com os jovens
jogadores estrangeiros, o que é uma grande raridade. Alexander Mostovoi e
Vassili Kulkov, que também jogaram no Benfica, podem confirmar isso.
Ele participava frequentemente conosco nos treinos. Recordo-me quando
tomávamos banho depois dos jogos... Eusébio estava sempre pronto a
apoiar, a defender o jogador da crítica da imprensa, por exemplo. E
também na Rússia gostavam muito de Eusébio, pois o seu caráter era
semelhante ao dos russos: aberto, amigo, sempre pronto a dar um conselho
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2014_01_05/photo-R-ssia-chora-com-Portugal-a-morte-de-Eus-bio-4307/
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Fonte: Voz da Russia
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