terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PRECONCEITO: RICOS CULPAM NOVA CLASSE MÉDIA POR "DESCONFORTO"

Aeroportos cheios são um reflexo direto do crescimento econômico do país e da ascensão social recorde de brasileiros a classe média.  Mais ricos responsabilizam classe C por piora dos serviços: a afirmação do preconceito de classe e da cegueira voluntária a nova realidade que os cercam

Matéria publicada no portal iG dava conta que, segundo pesquisa do Data Popular, consumidores das classes AB, logo os estratos mais ricos da sociedade brasileira, estão indignados com a piora em alguns serviços por causa da ascensão social de dezenas de milhões de brasileiros durante o governo Lula e Dilma.

Os brasileiros do topo da pirâmide social não direcionam suas insatisfações às empresas, devido ao investimento insatisfatório para suprir aumento da demanda em aeroportos, shoppings, hospitais particulares etc. Para estes quem incomoda são aqueles que fizeram crescer a nova classe média ou classe C.

No final de 2010, um comentarista da RBS destilou todo seu ódio [clique aqui]e preconceito contra pessoas que segundo ele, provocam engarrafamentos nas estradas porque tem acesso ao crédito para comprar um carro e ainda novo. Nas palavras dele: “qualquer miserável tem um carro”.

E a culpa maior de quem?

Lula!

“Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais que não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso.”

 

São estas pessoas que fomentam o atraso, o preconceito de classe e a preservação de seu pequeno mundo de maravilhas importadas, ambiente egoísta e indiferente a realidade dos demais, somente para mantê-los a salvo do desagradável contato direto com os do andar de baixo.

 

Na política isto se reproduz e é possível identificar vários de seus porta vozes e defensores de seus ideais de segregação.

 

Possivelmente em seu município há um candidato ou partido que patrocine tais pensamentos retrógrados e individualistas.  Aqueles que governaram para poucos continuam a procura de novas adesões para fazer prosperar o retrocesso político, econômico e social, em benefício próprio.

Cuidado.

Confira abaixo a matéria do iG:


Dados apontam que ascensão da classe C incomoda consumidores da classe AB
Na elite, quase metade acha que qualidade dos serviços piorou com acesso da população

“Por anos, a elite comprava e vivia num ‘mundinho’ só dela”, diz Renato Meirelles, do Data Popular

 

Os consumidores das classes A e B se mostram incomodados com algumas consequências da ascensão econômica da classe C, que passou a comprar produtos e serviços aos quais apenas a elite tinha acesso. É o que apontam dados de uma pesquisa do instituto Data Popular feita durante o primeiro trimestre, com 15 mil pessoas das classes mais favorecidas, em todo o Brasil.

 

De acordo com o levantamento, 55,3% dos consumidores do topo da pirâmide acham que os produtos deveriam ter versões para rico e para pobre, 48,4% afirmam que a qualidade dos serviços piorou com o acesso da população, 49,7% preferem ambientes frequentados por pessoas do mesmo nível social, 16,5% acreditam que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares e 26% dizem que um metrô traria “gente indesejada” para a região onde mora.

 

“Durante anos, a elite comprava e vivia num ‘mundinho’ só dela”, diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular. “Nos últimos anos, a classe C ‘invadiu’ shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha acesso. Como é uma coisa nova, a classe AB ainda está aprendendo a conviver com isso. Parte da elite se incomoda, sim”, afirma Meirelles.

 

Para especialistas, os consumidores da classe AB correm o risco de fazer críticas mal-direcionadas aos chamados emergentes. “Existem setores, como o de viagens aéreas, que expandiram a quantidade de clientes e perderam em qualidade, deixando o serviço realmente pior”, diz Rafael Costa Lima, professor de economia da FEA-USP e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, da FIPE. “A crítica deve ser feita às empresas e à infraestrutura dos aeroportos, não aos novos consumidores”, diz Lima.

 

Para o professor, apesar dos aeroportos superlotados, de modo geral os consumidores de ambos estratos se beneficiam da ascensão da classe C. “Empresas como a Apple e montadoras de veículos vieram produzir e vender no Brasil, porque agora existe escala de consumo, o que trouxe mais opções de produtos para todos”, diz Lima. “Além disso, a entrada de milhões de pessoas na classe consumidora foi o motor da estabilidade de crescimento brasileiro nos últimos anos”, afirma.

 

Outro dado curioso da pesquisa do Data Popular mostra que 55% da classe AB acha que pertence à classe média (ou C), enquanto um terço acredita ser um “consumidor de baixa renda”. “Ao responder a pesquisa, eles diziam que precisam pagar colégio e convênio de saúde particular para três filhos e viagem para a Disney todo ano, não sobrava dinheiro para quase nada, logo não poderiam ser chamados de classe AB”, diz Meirelles, divertindo-se com a afirmação.

 

Segundo dados recentes , 30 milhões de brasileiros ascenderam à classe média nos últimos dez anos, levando essa camada social a representar 53,9% da população atual. “Se fosse um país, a classe C brasileira seria a 17º maior nação do mundo em mercado consumidor. O Brasil só não quebrou [ na crise econômica internacional ] por causa da ascensão da classe C, que garantiu o consumo interno”, diz Meirelles

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