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Aeroportos cheios
são um reflexo direto do crescimento econômico do país e da ascensão
social recorde de brasileiros a classe média. Mais ricos
responsabilizam classe C por piora dos serviços: a afirmação do
preconceito de classe e da cegueira voluntária a nova realidade que os
cercam
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Matéria publicada no portal iG dava conta que, segundo pesquisa do
Data Popular, consumidores das classes AB, logo os estratos mais ricos
da sociedade brasileira, estão indignados com a piora em alguns serviços
por causa da ascensão social de dezenas de milhões de brasileiros
durante o governo Lula e Dilma.
Os brasileiros do topo da pirâmide social não direcionam suas
insatisfações às empresas, devido ao investimento insatisfatório para
suprir aumento da demanda em aeroportos, shoppings, hospitais
particulares etc. Para estes quem incomoda são aqueles que fizeram
crescer a nova classe média ou classe C.
No final de 2010, um comentarista da RBS destilou todo seu ódio [clique aqui]e
preconceito contra pessoas que segundo ele, provocam engarrafamentos
nas estradas porque tem acesso ao crédito para comprar um carro e ainda
novo. Nas palavras dele: “qualquer miserável tem um carro”.
E a culpa maior de quem?
Lula!
“Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais
que não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo
espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca
tinha lido um livro. É isso.”
São estas pessoas que fomentam o atraso, o preconceito de classe e a
preservação de seu pequeno mundo de maravilhas importadas, ambiente
egoísta e indiferente a realidade dos demais, somente para mantê-los a
salvo do desagradável contato direto com os do andar de baixo.
Na política isto se reproduz e é possível identificar vários de seus porta vozes e defensores de seus ideais de segregação.
Possivelmente em seu município há um candidato ou partido que
patrocine tais pensamentos retrógrados e individualistas. Aqueles que
governaram para poucos continuam a procura de novas adesões para fazer
prosperar o retrocesso político, econômico e social, em benefício
próprio.
Cuidado.
Confira abaixo a matéria do iG:
Dados apontam que ascensão da classe C incomoda consumidores da classe AB
Na elite, quase metade acha que qualidade dos serviços piorou com acesso da população
“Por anos, a elite comprava e vivia num ‘mundinho’ só dela”, diz Renato Meirelles, do Data Popular
Os consumidores das classes A e B se mostram incomodados com algumas
consequências da ascensão econômica da classe C, que passou a comprar
produtos e serviços aos quais apenas a elite tinha acesso. É o que
apontam dados de uma pesquisa do instituto Data Popular feita durante o
primeiro trimestre, com 15 mil pessoas das classes mais favorecidas, em
todo o Brasil.
De acordo com o levantamento, 55,3% dos consumidores do topo da
pirâmide acham que os produtos deveriam ter versões para rico e para
pobre, 48,4% afirmam que a qualidade dos serviços piorou com o acesso da
população, 49,7% preferem ambientes frequentados por pessoas do mesmo
nível social, 16,5% acreditam que pessoas mal vestidas deveriam ser
barradas em certos lugares e 26% dizem que um metrô traria “gente
indesejada” para a região onde mora.
“Durante anos, a elite comprava e vivia num ‘mundinho’ só dela”, diz
Renato Meirelles, diretor do Data Popular. “Nos últimos anos, a classe C
‘invadiu’ shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha
acesso. Como é uma coisa nova, a classe AB ainda está aprendendo a
conviver com isso. Parte da elite se incomoda, sim”, afirma Meirelles.
Para especialistas, os consumidores da classe AB correm o risco de
fazer críticas mal-direcionadas aos chamados emergentes. “Existem
setores, como o de viagens aéreas, que expandiram a quantidade de
clientes e perderam em qualidade, deixando o serviço realmente pior”,
diz Rafael Costa Lima, professor de economia da FEA-USP e coordenador do
Índice de Preços ao Consumidor, da FIPE. “A crítica deve ser feita às
empresas e à infraestrutura dos aeroportos, não aos novos consumidores”,
diz Lima.
Para o professor, apesar dos aeroportos superlotados, de modo geral
os consumidores de ambos estratos se beneficiam da ascensão da classe C.
“Empresas como a Apple e montadoras de veículos vieram produzir e
vender no Brasil, porque agora existe escala de consumo, o que trouxe
mais opções de produtos para todos”, diz Lima. “Além disso, a entrada de
milhões de pessoas na classe consumidora foi o motor da estabilidade de
crescimento brasileiro nos últimos anos”, afirma.
Outro dado curioso da pesquisa do Data Popular mostra que 55% da
classe AB acha que pertence à classe média (ou C), enquanto um terço
acredita ser um “consumidor de baixa renda”. “Ao responder a pesquisa,
eles diziam que precisam pagar colégio e convênio de saúde particular
para três filhos e viagem para a Disney todo ano, não sobrava dinheiro
para quase nada, logo não poderiam ser chamados de classe AB”, diz
Meirelles, divertindo-se com a afirmação.
Segundo dados recentes
, 30 milhões de brasileiros ascenderam à classe média nos últimos dez
anos, levando essa camada social a representar 53,9% da população atual.
“Se fosse um país, a classe C brasileira seria a 17º maior nação do
mundo em mercado consumidor. O Brasil só não quebrou [ na crise
econômica internacional ] por causa da ascensão da classe C, que
garantiu o consumo interno”, diz Meirelles
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