sexta-feira, 3 de abril de 2015

A PÁSCOA - POR LUCÉLIA GOMES



Quando eu era criança, ouvia minha mãe dizer que na Semana Santa ninguém brigava, não falava alto, nem xingava, não brincava, e que era um momento de reflexão,onde se sentia uma forte emoção tomar as pessoas, de uma maneira á repensar a vida. Eu percebia que as pessoas tinham muito respeito. As ruas ficavam vazias, as pessoas se recolhiam em suas residências, ninguém ouvia nenhuma manifestação de barulho. Até a música era abolida. Ninguém ouvia falar em violência. O sentimento de páscoa era profundo, e todos comungavam desse mesmo ato. 

E assim, o tempo foi passando, aos poucos as pessoas foram mudando os hábitos, e deixando de lado os ensinamentos pregados ao longo dos anos. E vieram os novos tempos, celebrações, festas, músicas de todos os ritmos, bebidas, comidas, e todos os sentidos foram adversos. E a semana chamada santa, já não tinha o mesmo aspecto, o processo virou comércio, o sistema radicalizou os produtos supérfluos, que passou a dar lucro, as mesas ficaram ainda mais fartas, os presentes em alta, os chocolates passaram a ter mérito, como troféus em formato de ovos, em sofisticadas embalagens, consumidos pela humanidade, que parece não se importar com a realidade da páscoa. E assim, a mensagem da páscoa fica mais distante dos corações, que nesse ritmo corrido, desperdiçam a chance,  as pessoas perdem o mais importante sentido, a mensagem de Cristo.

Compartilhado  pela Poetisa Lucélia Gomes - via facebook

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