A PÁSCOA - POR LUCÉLIA GOMES
Quando eu era criança,
ouvia minha mãe dizer que na Semana Santa ninguém brigava, não falava
alto, nem xingava, não brincava, e que
era um momento de reflexão,onde se sentia uma forte emoção tomar as
pessoas, de uma maneira á repensar a vida. Eu percebia que as pessoas
tinham muito respeito. As ruas ficavam vazias, as pessoas se recolhiam
em suas residências, ninguém ouvia nenhuma manifestação de barulho.
Até a música era abolida. Ninguém ouvia falar em violência. O sentimento
de páscoa era profundo, e todos comungavam desse mesmo ato.
E assim, o
tempo foi passando, aos poucos as pessoas foram mudando os hábitos, e
deixando de lado os ensinamentos pregados ao longo dos anos. E vieram os
novos tempos, celebrações, festas, músicas de todos os ritmos, bebidas,
comidas, e todos os sentidos foram adversos. E a semana chamada
santa, já não tinha o mesmo aspecto, o processo virou comércio, o sistema
radicalizou os produtos supérfluos, que passou a dar lucro, as mesas
ficaram ainda mais fartas, os presentes em alta, os chocolates passaram
a ter mérito, como troféus em formato de ovos, em sofisticadas
embalagens, consumidos pela humanidade, que parece não se importar com a
realidade da páscoa. E assim, a mensagem da páscoa fica mais distante
dos corações, que nesse ritmo corrido, desperdiçam a chance, as
pessoas perdem o mais importante sentido, a mensagem de Cristo.
Compartilhado pela Poetisa Lucélia Gomes - via facebook
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