por Marcelo Pellegrini e Wanderley Preite Sobrinho
Para o ex-governador e ex-ministro, o Brasil “não tem projeto” para retomar o crescimento
Greg Salibian
Ciro Gomes durante debate no Fórum Brasil: críticas à falta de política industrial e ao comportamento do Congresso
Agora na iniciativa privada, como
chefe da ferrovia Transnordestina, o ex-ministro da Integração Nacional e
ex-governador do Ceará Ciro Gomes não poupou o Congresso Nacional e as
coligações partidárias durante sua participação na 3ª edição do Fórum Brasil promovido por CartaCapital, cujo tema neste ano é "Crescer ou crescer”. Para Ciro, o parlamento está dominado por ladrões.
Ciro participou de uma mesa de debate com o ex-ministro da Defesa e das Relações Internacionais Celso Amorim e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil),
David Barioni Neto. Os três se reuniram na tarde desta sexta-feira 22
para falar sobre o tema “Exportações, o Caminho para Sair da Crise”.
Segundo a falar, Ciro revelou seu pessimismo em relação à retomada do
crescimento econômico: “O Brasil não tem projeto”, afirmou.
Ciro, candidato ao Planalto em 1998 e 2002, é difícil criticar os
rumos da política industrial e de comércio exterior brasileira porque
eles simplesmente não existem. “Temos de forçar a elite brasileira a
ajuizar nossa agenda, que é inexistente. O Brasil não tem projeto. Qualquer bodega no Ceará tem projeto, mas o Brasil não.”
A culpa, afirmou Ciro Gomes, começa pelas alianças partidárias no
Congresso, considerado o mais conservador desde a redemocratização do
Brasil. “Brasília está dominada por uma coalizão de gatunos e
incompetentes”, afirmou. “E isso é grave menos pela novela moralista e
mais pelo cinismo de um Congresso de ladrões convocando CPIs e bandidos
acusando gente séria de ser bandidob", disse.
Gomes poupou a presidente Dilma Rousseff das críticas, a quem considerou "uma exceção, porque é honrada e tem espírito público".
O comentário de Ciro, ex-governador do Ceará, vai ao encontro
do que afirmou seu irmão Cid, ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff.
Em evento na Universidade Federal do Pará, Cid disse haver no Congresso
“400 ou 300 achacadores”
se aproveitando da fraqueza do governo para levar vantagens. A frase
provocou indignação contra Cid no Congresso, e ele acabou deixando o
governo.
A terceira edição do Fórum Brasil faz parte da série Diálogos
Capitais, uma iniciativa da Editora Confiança que busca apresentar e
discutir temas de grande relevância para o País.
Fonte: Carta Capital - Brasil na rede
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