Em tempos de crise, o lazer é uma das primeiras despesas cortadas, mas isso não significa ficar em casa.
Foto: Heudes Regis/JC Imagem
Em tempos de crise, vale
tudo para tentar driblar a inflação e o consequente aumento no preço dos
produtos e serviços. Diante da redução na renda, majorações constantes e
um maior risco de desemprego, o trabalhador é obrigado a priorizar suas
despesas. Um dos itens que sofrem os primeiros cortes é o lazer. Mas
não se preocupe. O Recife está repleto de atrações boas e baratas para
quem não quer abrir mão de se divertir.
O aperto financeiro atual impõe mudanças
de hábitos e na hora de estabelecer as prioridades e enxugar o
orçamento, alguns cortes são impossíveis, como os gastos com energia
elétrica e alimentação, por exemplo. A economia, portanto, é feita
exatamente nas despesas “supérfluas”.
Uma pesquisa realizada neste ano pelo
site de finanças pessoais GuiaBolso aponta que a parcela do orçamento
gasta com lazer caiu de 17,2% em janeiro para 10,9% em março. A vertente
desse setor mais atingida foi a de bares e restaurantes, cuja parcela
desses gastos no salário diminuiu de 7,59% para 4,52%. A quantia gasta
com a saída para esses locais confirmam a queda.
Antes, a despesa era de, em média, R$
610 por mês e agora, de R$ 509, o que representa uma queda de 16,6%. De
fato, é prudente cortar inicialmente os gastos que não são essenciais,
mas associar economia à privação é uma atitude imediatista que pode
transformar o desejo de economizar em um sacrifício. Afinal, quem
aguenta trabalhar a semana inteira e não ter um momento de lazer?
Manter a qualidade de vida e a diversão
são atitudes primordiais para a garantia do bem-estar e da própria
saúde. O segredo para poupar sem tirar totalmente a diversão de sua vida
é enxugar os gastos de forma inteligente, abandonando atitudes
consumistas e valorizando o próprio dinheiro. “O brasileiro geralmente
padece com as contas por não planejar. Um planejamento financeiro deve
ser feito e respeitado, porque quando você está em um momento de lazer
fica sempre mais propenso a gastar, diante do relaxamento sentido
naquela momento. É numa brincadeira dessas que muita gente entra em
ciladas como a do cheque especial, que cobra 240% ao ano”, explica o
educador financeiro do SPC, José Vignoli.
Por isso, escolha atividades que caibam
no seu bolso e aprenda a ponderar a realização dos programas que você
mais gosta, sem precisar abrir mão totalmente. Antes de sair de casa,
pesquise as opções mais baratas. Muitas vezes, espaços da moda são caros
apenas pelo nome e não por oferecerem uma qualidade superior aos que
saem mais em conta. Fazer escolhas que levem em consideração o melhor
custo-benefício é uma ótima saída. Em alguns dias da semana, bares e
restaurantes promovem descontos em alguns pratos ou oferecem promoções
como os clones de bebidas. Confira as redes sociais dos locais que você
mais frequenta ou ligue e se informe previamente.
O consumo com lazer não tem o
intuito de suprir uma necessidade, mas sim de proporcionar satisfação
pessoal e o sentimento de recompensa e de prazer diário.
“Quem faz as contas direito e se
organiza financeiramente não precisa passar por privações. O que as
pessoas não podem é, neste momento, manter o mesmo ritmo de antes. Não
adianta reclamar que a conta de luz está mais cara se você continua indo
ao restaurante que ia sempre e aumentou três vezes mais. Para essa
geração, especialmente, que não chegou a ver inflações como aquelas de
80%, é realmente um baque. O que precisa ser feito é apertar o cinto
mesmo”, orienta José Vignoli. Para entender por que e como os
consumidores incluem os gastos com lazer no orçamento mensal, o SPC e o
portal Meu Bolso Feliz realizaram uma pesquisa em todas as capitais do
País analisando o comportamento dos brasileiros nesse sentido. Esse
levantamento, feito neste ano, revelou que o consumo com lazer não tem o
intuito de suprir uma necessidade, mas sim de proporcionar satisfação
pessoal e o sentimento de recompensa e de prazer diário. Isso fica
explicitado nos dados da pesquisa quanto aos fatores relacionados a
decisão de compra. Basicamente, os consumos desse segmento estão ligados
a sensações como realização (80%), felicidade (80%) e segurança (43%).
“Nessa questão o lado psicológico também
é muito forte. Muitas vezes as pessoas criam um plano financeiro, mas
por se preocuparem como que os outros vão pensar, ou não conseguirem
recusar um chamado dos amigos acabam quebrando todo o planejamento.
Ninguém pode ter vergonha desse tipo de coisa porque cada um sabe onde
aperta o bolso”, asserta Vignoli. Você não precisa abrir mão das coisas
que gosta, apenas saber ponderar. Se ir à lugares um pouco mais caros é
algo que você preza, reserve uma parte do seu salário para isso, liste
os locais que deseja visitar e quando poderá fazê-lo. E saiba dizer não
aos amigos ou a si mesmo caso o valor reservado para isso tenha se
esgotado. Além disso, durante esses programas, evite o uso do cartão de
crédito. Ter que pagar o rotativo depois, ou o cheque especial, podem
tornar a visita ao lugar da moda em uma dívida pesada depois.
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