domingo, 14 de junho de 2015

Gaste pouco e se divirta. É possível!

O Recife está repleto de atrações boas e baratas para quem não quer abrir mão de se divertir

Talita Barbosa

tbarbosa@jc.com.br

Em tempos de crise, o lazer é uma das primeiras despesas cortadas, mas isso não significa ficar em casa.  / Foto: Heudes Regis/JC Imagem

Em tempos de crise, o lazer é uma das primeiras despesas cortadas, mas isso não significa ficar em casa. 

 

Foto: Heudes Regis/JC Imagem

 

Em tempos de crise, vale tudo para tentar driblar a inflação e o consequente aumento no preço dos produtos e serviços. Diante da redução na renda, majorações constantes e um maior risco de desemprego, o trabalhador é obrigado a priorizar suas despesas. Um dos itens que sofrem os primeiros cortes é o lazer. Mas não se preocupe. O Recife está repleto de atrações boas e baratas para quem não quer abrir mão de se divertir. 

 

O aperto financeiro atual impõe mudanças de hábitos e na hora de estabelecer as prioridades e enxugar o orçamento, alguns cortes são impossíveis, como os gastos com energia elétrica e alimentação, por exemplo. A economia, portanto, é feita exatamente nas despesas “supérfluas”.

 

Uma pesquisa realizada neste ano pelo site de finanças pessoais GuiaBolso aponta que a parcela do orçamento gasta com lazer caiu de 17,2% em janeiro para 10,9% em março. A vertente desse setor mais atingida foi a de bares e restaurantes, cuja parcela desses gastos no salário diminuiu de 7,59% para 4,52%. A quantia gasta com a saída para esses locais confirmam a queda.

 

Antes, a despesa era de, em média, R$ 610 por mês e agora, de R$ 509, o que representa uma queda de 16,6%. De fato, é prudente cortar inicialmente os gastos que não são essenciais, mas associar economia à privação é uma atitude imediatista que pode transformar o desejo de economizar em um sacrifício. Afinal, quem aguenta trabalhar a semana inteira e não ter um momento de lazer? 

 

Manter a qualidade de vida e a diversão são atitudes primordiais para a garantia do bem-estar e da própria saúde. O segredo para poupar sem tirar totalmente a diversão de sua vida é enxugar os gastos de forma inteligente, abandonando atitudes consumistas e valorizando o próprio dinheiro. “O brasileiro geralmente padece com as contas por não planejar. Um planejamento financeiro deve ser feito e respeitado, porque quando você está em um momento de lazer fica sempre mais propenso a gastar, diante do relaxamento sentido naquela momento. É numa brincadeira dessas que muita gente entra em ciladas como a do cheque especial, que cobra 240% ao ano”, explica o educador financeiro do SPC, José Vignoli. 

 

Por isso, escolha atividades que caibam no seu bolso e aprenda a ponderar a realização dos programas que você mais gosta, sem precisar abrir mão totalmente. Antes de sair de casa, pesquise as opções mais baratas. Muitas vezes, espaços da moda são caros apenas pelo nome e não por oferecerem uma qualidade superior aos que saem mais em conta. Fazer escolhas que levem em consideração o melhor custo-benefício é uma ótima saída. Em alguns dias da semana, bares e restaurantes promovem descontos em alguns pratos ou oferecem promoções como os clones de bebidas. Confira as redes sociais dos locais que você mais frequenta ou ligue e se informe previamente. 

 

O consumo com lazer não tem o intuito de suprir uma necessidade, mas sim de proporcionar satisfação pessoal e o sentimento de recompensa e de prazer diário. 

 

“Quem faz as contas direito e se organiza financeiramente não precisa passar por privações. O que as pessoas não podem é, neste momento, manter o mesmo ritmo de antes. Não adianta reclamar que a conta de luz está mais cara se você continua indo ao restaurante que ia sempre e aumentou três vezes mais. Para essa geração, especialmente, que não chegou a ver inflações como aquelas de 80%, é realmente um baque. O que precisa ser feito é apertar o cinto mesmo”, orienta José Vignoli. Para entender por que e como os consumidores incluem os gastos com lazer no orçamento mensal, o SPC e o portal Meu Bolso Feliz realizaram uma pesquisa em todas as capitais do País analisando o comportamento dos brasileiros nesse sentido. Esse levantamento, feito neste ano, revelou que o consumo com lazer não tem o intuito de suprir uma necessidade, mas sim de proporcionar satisfação pessoal e o sentimento de recompensa e de prazer diário. Isso fica explicitado nos dados da pesquisa quanto aos fatores relacionados a decisão de compra. Basicamente, os consumos desse segmento estão ligados a sensações como realização (80%), felicidade (80%) e segurança (43%). 

 

 

“Nessa questão o lado psicológico também é muito forte. Muitas vezes as pessoas criam um plano financeiro, mas por se preocuparem como que os outros vão pensar, ou não conseguirem recusar um chamado dos amigos acabam quebrando todo o planejamento. Ninguém pode ter vergonha desse tipo de coisa porque cada um sabe onde aperta o bolso”, asserta Vignoli. Você não precisa abrir mão das coisas que gosta, apenas saber ponderar. Se ir à lugares um pouco mais caros é algo que você preza, reserve uma parte do seu salário para isso, liste os locais que deseja visitar e quando poderá fazê-lo. E saiba dizer não aos amigos ou a si mesmo caso o valor reservado para isso tenha se esgotado. Além disso, durante esses programas, evite o uso do cartão de crédito. Ter que pagar o rotativo depois, ou o cheque especial, podem tornar a visita ao lugar da moda em uma dívida pesada depois.


Fonte: Jornal do Comercio

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