Juazeiro do Norte. O que era
para ser uma rápida passagem pelo aeroporto Orlando Bezerra de Menezes,
neste município, acabou se estendo por mais de meia hora com a quebra do
protocolo por parte da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista
desembarcou na tarde de hoje (06) da aeronave da Força Aérea Brasileira
(FAB) em Juazeiro antes de seguir viagem para Cabrobó (PE), onde visitou
as obras da Transposição do Rio São Francisco.
Porém, antes de embarcar no helicóptero oficial que a
levaria para cidade pernambucana, Dilma optou por saudar as centenas de
pessoas que a aguardavam com faixas e cartazes com os dizeres “Não vai
ter golpe”. Acompanhada do Governador Camilo Santana (PT), do líder do
Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) e de outras
autoridades políticas, Dilma caminhou cerca de 100 metros e entrou no
saguão de desembarque do aeroporto, onde o grupo lhe espera.
A presidente recebeu o carinho do manifestantes,
abraçou e tirou foto com inúmeras pessoas. Enquanto era recebida
calorosamente, um grupo gritava “Dilma, estamos como você!” e “Não vai
ter golpe”, dizeres que ficaram marcos durante o processo de
impeachment. Houve tumulto e a segurança teve que ser reforçada com
homens do exercito para impedir que os manisfestantes invadissem a pista
de decolagem.
“É muita emoção poder abraçar minha presidente nesse
momento tão conturbado da política brasileira. Tenho 67 anos e sei bem o
que é a Ditadura. Essas pessoas mais jovens, que apoiam esse golpe, não
sabem, não conhecem a história. Poderia estar em casa, mas optei por
vir até aqui, para externar meu apoio, não somente a ela, mas apoio ao
Brasil, porque eu sou a favor da transparência e serei eternamente
contra o golpe”, disse a aposentada Maria Dolores Albuquerque e Silva.
Apesar de não ter realizado nenhum discurso, Dilma se
mostrou emocionada em vários momentos. Em um deles, uma mãe conseguiu
furar o cordão de isolamento feito por alguns seguranças da presidente e
pediu um abraço. “Dilma, um abraço, por favor”, disse chorando. A
petista respondeu com um sorriso e abraçou a vendedora por alguns
segundos. “Não sei quando teria outra chance dessa. Então fiz de tudo
para me aproximar dela, saio daqui muito feliz e com o cheirinho da
minha presidente que vai suportar esse golpe”, disse Eliane Vitória de
Oliveira.
Valéria Carvalho diz ter “tido a honra de ouvir as
palavras da presidente”. “Eu corri para saudar e dizer que ela levasse
esse abraço caloroso em forma de apoio e força. Ela retribuiu e disse no
meu ouvido: ‘Tenha Calma’. Estou feliz e emocionada”, disse a
integrante do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec).
Alheio aos manifestos, o autônomo Pedro Julian
Saraiva, conta que “é difícil entender como tanta gente ainda se presta
ao papel de apoiar uma Senhora dessa”. A favor do Impeachment, Saraiva
ressalta que “golpe é a não punição contra os crimes cometidos por ela
[Dilma]” e diz não ser a favor de Temer ou Cunha. “Torço para que Dilma
saía, para que Cunha saía e Temer também. Torço para os corruptos serem
presos, todos eles, independente de partido”, finalizou.
Esta foi a terceira vez que Dilma visitou o Cariri em
seu segundo mandato e pode ser a última vez que pise em solo cearense
na condição de presidente. O Senado votará no próximo dia 11 o processo
de impeachment, que pode tirá-la do comando do País. A última passagem
da petista por Juazeiro aconteceu em agosto do ano passado.
Senado
Quase no mesmo instante, a Comissão do Impeachment no
Senado aprovou por 15 votos favoráveis e cinco contra, o relatório de
Antônio Anastasia (PSDB-MG) pela admissibilidade do impeachment de
Dilma. Com o resultado, o afastamento irá a plenário e pode ser votado
já na próxima quarta-feira, 11. No plenário, o impeachment precisa de 54
votos favoráveis para ser aprovado.
Galeria de Fotos
Faça o Diário Cariri conosco, envie sugestões de reportagens através do WhatsApp (85) 9.8736.2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário