quinta-feira, 13 de abril de 2017

MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA


A História que marca as civilizações, foi sempre escrita pelos homens, por isso, apresenta-se fundamentada numa base patriarcal e opressora, onde a ação da mulher não tem relevância. Porém, com a ascensão do movimento feminista, o verdadeiro papel feminino passou a ser resgatado por pesquisadores, sob o ângulo de uma nova visão. Nesse resgate de fatos históricos aflorou a atuação ativa e relevante de mulheres simples, que além de mães, esposas, filhas, foram também valiosas guerreiras. Mulheres Marias, Anitas, Olgas e tantas outras, capazes de promover revoluções que permaneceram por séculos à margem da História oficial.


Um dos inúmeros registros da participação feminina num conflito armado vem do ano de 1646, quando ocorreu um episodio liderado pelas mulheres do vilarejo de Tejucupapo, no litoral norte do estado de Pernambuco, contra os invasores holandeses. O mesmo ficou conhecido como “Guerra das Pimentas” devido às táticas e armas utilizadas pelas mulheres do local. Entre elas: água fervente, pimenta, paus, lanças, trincheiras e armas de fogo. O conflito não resultou na expulsão total dos invasores mas o saldo de mortos foi considerável.


Nas pesquisas sobre a participação feminina na construção da nação brasileira, podemos constatar a ausência de qualquer interesse político por parte das mulheres que lideraram ou participaram de conflitos armados ao longo da História. No episódio da Guerra de Tejucupapo, o que se pode perceber é que as mulheres da vila, na ocasião com os homens ausentes e diante da ameaça de invasão, sentiram-se desafiadas e com coragem, sabedoria e bravura promoveram uma guerrilha em defesa da vida das suas famílias e de toda a vila. Essa guerra poderia também ser chamada de “Guerra das Marias”, já que teria sido liderada por mulheres Marias. E muitas outras mais poderia haver entre as guerreiras do Tejucupapo.

Nestes tempos contemporâneos, nós mulheres, ainda precisamos provocar revoluções, embora de ordem pacifica, para combater os costumes machistas que ditam regras de desigualdade de direitos no ambiente doméstico, no mercado de trabalho e na sociedade.

Fonte de apoio: Lyra, 2009.

Postado por Ilza Kozik (Tigresa)
Pedagoga e Especialista em Ecologia



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