A
História que marca as civilizações, foi sempre escrita pelos homens, por isso,
apresenta-se fundamentada numa base patriarcal e opressora, onde a ação da
mulher não tem relevância. Porém, com a ascensão do movimento feminista, o verdadeiro
papel feminino passou a ser resgatado por pesquisadores, sob o ângulo de uma
nova visão. Nesse resgate de fatos históricos aflorou a atuação ativa e
relevante de mulheres simples, que além de mães, esposas, filhas, foram também
valiosas guerreiras. Mulheres Marias, Anitas, Olgas e tantas outras, capazes de
promover revoluções que permaneceram por séculos à margem da História oficial.
Um dos inúmeros
registros da participação feminina num conflito armado vem do ano de 1646, quando
ocorreu um episodio liderado pelas mulheres do vilarejo de Tejucupapo, no
litoral norte do estado de Pernambuco, contra os invasores holandeses. O mesmo
ficou conhecido como “Guerra das Pimentas” devido às táticas e armas utilizadas
pelas mulheres do local. Entre elas: água fervente, pimenta, paus, lanças,
trincheiras e armas de fogo. O conflito não resultou na expulsão total dos
invasores mas o saldo de mortos foi considerável.
Nas
pesquisas sobre a participação feminina na construção da nação brasileira, podemos
constatar a ausência de qualquer interesse político por parte das mulheres que
lideraram ou participaram de conflitos armados ao longo da História. No
episódio da Guerra de Tejucupapo, o que se pode perceber é que as mulheres da
vila, na ocasião com os homens ausentes e diante da ameaça de invasão, sentiram-se
desafiadas e com coragem, sabedoria e bravura promoveram uma guerrilha em
defesa da vida das suas famílias e de toda a vila. Essa guerra poderia também
ser chamada de “Guerra das Marias”, já que teria sido liderada por mulheres
Marias. E muitas outras mais poderia haver entre as guerreiras do Tejucupapo.
Nestes
tempos contemporâneos, nós mulheres, ainda precisamos provocar revoluções,
embora de ordem pacifica, para combater os costumes machistas que ditam regras
de desigualdade de direitos no ambiente doméstico, no mercado de trabalho e na
sociedade.

Fonte de
apoio: Lyra, 2009.
Postado
por Ilza Kozik (Tigresa)
Pedagoga
e Especialista em Ecologia
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