“um grupo de jovens, “hippies”, desempregados, estudantes,
músicos, malucos, intelectuais e
baderneiros, nos encontrávamos freqüentemente nas escadarias do Teatro
Municipal de São Paulo, para troca de informações, distribuir convites para
encontros, passeios, shows, acampamentos, bailes rastafári, empréstimos de
livros e discos, festivais de música ou até para fumar um baseado! “
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiysTYKFWI2uIxVhgD_AM452_lYhHuvpRYXdVDcfvjZgbKrnjrZvTqMLKJe4Ro31Niu_B9eD-6INU66_QO0FI-_qa3tI51o5__q5x1jGF4hDx_CvVnUxZUS0CH4RKaHud3xeHASaxyudM7v/s320/HIPIE+HUM.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghNeZfOIddGgzDQ3bYeuhwsAkHEsGwuxNogqBosXYYx-fruS9Y41oBAw34mzZpWfUtTLUraHPjkUyXlYpeHU4d0A5zBgKXF-zfcWt_a7NArt5R7g_0LY2VQa6YcG2shEHI0dlygkbLYUVy/s320/HUPIE+TRES.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzpkvLj7gmLYIKedSv3vqNn6Jo8I9Sm9VObnqKHgUvm0cKvRu94euaAElyfTedyaLuSsJTkWDLzx0j7iLCIiuLjqy9MEfRt6W_zzgSpUYcv74DfaWUKREmUCXftLzA98Ie-0_HdqJRIwkF/s320/CENSURA+NA+DITADURA.jpg)
O Mundo chocado com os horrores da Guerra do Vietnam, onde
milhares de jovens foram mortos, ou tiveram seus corpos mutilados, gerando uma tomada de consciência mundial da juventude,
em favor da paz, do amor livre, e de
rebelar-se, contra a cultura e o modo de vida nas grandes metrópoles
capitalistas, que ficou conhecido como o Movimento “Undergroud”, ou
“Contracultura’ organizando-se em comunidades afastadas dos grandes centros, e
praticando uma vida solidária, coletiva, voltada para os valores espirituais, transcendentais,
livres, desatreladas das “amarras” das engrenagens da sociedade de consumo
burguesa, e em comunhão com a natureza.
Nossa geração lia muitos livros, jornais e revistas, que eram
proibidos pela ditadura, mas, que sempre encontrávamos um jeito para
consegui-los, na livrarias Sebos. “O Capital”, do Karl Max e “O que fazer” e “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”
do Lennin; “O Principe” de Maquiavel; “A tradição da família, da
propriedade privada e do estado”, de
Engels; “Materialismo Histórico e materialismo dialético” de Stálin; A
ilha, de Fernando Morais e as
obras do Granmisci, Krisnamurt, Herman Hesse, Carlos Drumonnd de Andrade,
Manuel Bandeira, Jorge Amado, Thiago de Melo, Clarice Lispector e Antonio
Calado eram as nossas preferidas.
Circulavam alguns jornalzinhos alternativos que publicavam
letras de músicas e noticias dos nossos artistas preferidos e alguns
comentários sobre política, sendo os mais lidos, “O Rollings stones”, “O Bondinho”, “ O Pasquim’, “Opinião”,
“Versus”, “Movimento”, “Crítica”, “Osibisas”
e “Flor do mal”.
Assim como ficou eternizada na bela canção gravada pelos “Incriveis”, nossa geração curtia e ainda
curte os Beatles e os Rollings Stones”, Bob Marley, Bee Gees, Led Zepelin,
Bob Dylon, Ravi Shankar, Jimi Hendrix,
Erick Clepton, Jani Joplin, Kim Morrisson, Edson Gomes, Elis Regina,
Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso,Maria Bethania, Gilberto Gil, Gerado
Vandré, Gonzaguinha, Clara Nunes e
outros artistas nacionais.
Hoje, passados mais de quarenta anos vou tentar fazer uma lista
desses amigos e brothers das escadarias do Teatro
Municipal de São Paulo e verificar quantos deles ainda
mantenho contatos: Começo citando o saudoso Anarquista e trotskista Ivan Carvalho, meu companheiro
do Curso Anglo-latino, nos anos 70, onde estava me preparando para prestar
vestibular de jornalismo. Foi o Ivan com a sua grande liderança que me
apresentou a vários amigos e recrutou-me para participar das lutas pelas
liberdades democráticas no nosso País durante a Ditadura Militar de 1964.
Através do Ivan carvalho, comecei a freqüentar o “point” de
encontro dos brothers do Teatro Municipal
e fiz amizades com as irmãs,
Ethel, LilIan Teles e Najla Corazza; o
Bedê, e
o gordo Carlos Martins, moradores da Vila Carrão; Rita, Yalê, Salete, as
irmãs gêmeas, o Caco, Naldinho, Saminho, Ramatis Jacinto, Carmo Rodrigues
Aquino, Paulista, Góes, Jacques, Nelsinho
e as irmãs Rosa Sá e
Dalva Sá Barreto.
Por meio da internet, via facebook, consegui contactar-me com
cinco desses amigos, tendo dois deles me excluido posteriormente. Restaram
apenas as irmãs Dalva Sá Barreto, que reside há trinta
anos na Itália, e a Socióloga Rosa Sá, que reside em São Paulo, foi ela quem me
falou pelo celular sobre a morte dos amigos Saminho, Nelsinho, Carmo Rodrigues
Aquino e Ivan Carvalho, seu ex-esposo.
Escrito por Cláudio Lima
Café com Claudinha – Recordações de 40 anos de militancia
Fotos/Imagens: Arquivo Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário