ANIMAIS SILVESTRES: O CATIVEIRO
Por ilza Kozik
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Manter
animais silvestres em casa não é uma atividade segura. A falta de informações
sobre as espécies pode ocasionar dificuldades na lida com eles. Algumas parecem
dóceis mas podem ser perigosas e oferecer riscos de ataque quando sentirem-se
acuadas ou agredidas. Outras podem ser transmissoras de doenças como a malária,
a febre amarela e outras viroses ainda desconhecidas.
Animal
selvagem em cativeiro, geralmente perde sua identidade. Isto é, o pássaro
esquece como se voa; a onça como se caça; o veado como se corre e assim por
diante. Perde também a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos
predadores ou de se proteger de situações adversas.
Por melhor que seja o ambiente onde foi
colocado, não se ajustará a ele e não o reconhecerá como sua ambiência. Será
sempre inquilino! Com a não adaptação ao
novo ambiente o animal sofre de estresse e solidão e na maioria dos casos essa
tristeza é fatal. A reprodução é dificultada pela ausência de um companheiro
(a) e quando há, pela falta de escolha e incentivo para a corte. O espaço
físico reduzido prejudica sua movimentação e com a falta de exercício ele passa
a sofrer de atrofia muscular. Por melhor que seja, a alimentação será sempre
inadequada, o que poderá afetar sua imunidade natural e deixá-lo vulnerável a
doenças como gripe, diarréia, herpes e outras.
Essas dificuldades geralmente
não ocorrem com animais de criadouros porque eles não conhecem a natureza
hostil, apenas carregam instintivamente a leitura da memória da raça. É preciso
muita responsabilidade para mantê-los em casa, pois está provado que algumas
espécies tem uma longevidade bem significativa.
A
retirada de animais da sua ambiência causa desequilíbrio à biocenose e
desencadeia a quebra da cadeia alimentar. Essa quebra é prejudicial aos seres
vivos envolvidos. E algumas espécies, buscando suprir suas necessidades
debandam à procura de novos ambientes. As que dependem de outras para viver,
acabam morrendo. Os filhotes, na falta dos pais também não sobrevivem. E ocorre
o desaparecimento completo das espécies mais dependentes do sistema ecológico.
Essas seqüelas e outras tantas são evidentes nas matas, cerrados e campos deste
Brasil.
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Quando apreendidos pela fiscalização, os animais
encontram-se em péssimas condições, alguns já mortos, outros dopados,
anestesiados, feridos, com fome, sede e frio. Alguns com os olhos furados e as
unhas e dentes arrancados.
Muitos são filhotes. O pessoal da fiscalização os
encaminha para cuidados médicos. Quando recuperam a saúde são levados para
um refúgio e depois de um período de readaptação, devolvidos à sua ambiência.
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A Lei de
Crimes ambientais nº 9.605/98 criada em fevereiro de 1998, considera os
animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado,
considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio
envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.
Não
capture, não compre e não venda animais silvestres!
(*) Ilza
Kozik
Pedagoga
e Educadora ambiental
Fotos/imagens: Arquivo Google
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