quinta-feira, 18 de maio de 2017

ANIMAIS SILVESTRES: O CATIVEIRO



                                                                                                          Por  ilza Kozik


Manter animais silvestres em casa não é uma atividade segura. A falta de informações sobre as espécies pode ocasionar dificuldades na lida com eles. Algumas parecem dóceis mas podem ser perigosas e oferecer riscos de ataque quando sentirem-se acuadas ou agredidas. Outras podem ser transmissoras de doenças como a malária, a febre amarela e outras viroses ainda desconhecidas.


Animal selvagem em cativeiro, geralmente perde sua identidade. Isto é, o pássaro esquece como se voa; a onça como se caça; o veado como se corre e assim por diante. Perde também a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. 


 Por melhor que seja o ambiente onde foi colocado, não se ajustará a ele e não o reconhecerá como sua ambiência. Será sempre inquilino!  Com a não adaptação ao novo ambiente o animal sofre de estresse e solidão e na maioria dos casos essa tristeza é fatal. A reprodução é dificultada pela ausência de um companheiro (a) e quando há, pela falta de escolha e incentivo para a corte. O espaço físico reduzido prejudica sua movimentação e com a falta de exercício ele passa a sofrer de atrofia muscular. Por melhor que seja, a alimentação será sempre inadequada, o que poderá afetar sua imunidade natural e deixá-lo vulnerável a doenças como gripe, diarréia, herpes e outras. 


Essas dificuldades geralmente não ocorrem com animais de criadouros porque eles não conhecem a natureza hostil, apenas carregam instintivamente a leitura da memória da raça. É preciso muita responsabilidade para mantê-los em casa, pois está provado que algumas espécies tem uma longevidade bem significativa.


A retirada de animais da sua ambiência causa desequilíbrio à biocenose e desencadeia a quebra da cadeia alimentar. Essa quebra é prejudicial aos seres vivos envolvidos. E algumas espécies, buscando suprir suas necessidades debandam à procura de novos ambientes. As que dependem de outras para viver, acabam morrendo. Os filhotes, na falta dos pais também não sobrevivem. E ocorre o desaparecimento completo das espécies mais dependentes do sistema ecológico. Essas seqüelas e outras tantas são evidentes nas matas, cerrados e campos deste Brasil.


Quando apreendidos pela fiscalização, os animais encontram-se em péssimas condições, alguns já mortos, outros dopados, anestesiados, feridos, com fome, sede e frio. Alguns com os olhos furados e as unhas e dentes arrancados. 


Muitos são filhotes. O pessoal da fiscalização os encaminha para cuidados médicos. Quando recuperam a saúde são levados para um refúgio e depois de um período de readaptação, devolvidos à sua ambiência.



A Lei de Crimes ambientais nº 9.605/98 criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.


Não capture, não compre e não venda animais silvestres!


 (*) Ilza Kozik


Pedagoga e Educadora ambiental

 Fotos/imagens:  Arquivo Google

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