A MATA ATLÂNTICA - por Ilza Kozik
A
Mata Atlântica é uma floresta costeira que se estende do Rio Grande do Norte ao
Rio Grande do Sul. Até a época da colonização do centro-sul, adentrava uma
grande faixa no continente. Era o mais rico bioma brasileiro em biodiversidade.
Hoje é o mais devastado, com aproximadamente 7% de sua cobertura vegetal.

A floresta Atlântica é composta por altas
montanhas de paredões abruptos com vegetação de musgos e líquens nas partes
baixas. A baixo de 1400 m. está a vegetação arbórea ombrófila (dossel) e na parte
baixa o sub-bosque. No dossel ficam as árvores altas, de tronco liso e copa
circular. A presença intensa de luz solar transforma-o numa massa verde
exuberante. O sub-bosque é úmido e com menos luminosidade. É composto por
árvores de médio porte e vegetação arbustiva. Ambos são povoados por uma fauna típica
e diversificada.
O solo da floresta é protegido pela
serapilheira, (acúmulo de nutrientes) resultante da decomposição de folhas,
galhos, troncos.

Vegetais
e animais formam uma complexa teia de relações que possibilita o equilíbrio da Mata
Atlântica. Essa interdependência utiliza mecanismos curiosos para a garantia da
sobrevivência: o fruto da árvore alimenta o pássaro que, através das fezes dispersa
a cápsula semente; há plantas, que perpetuam a espécie transportadas pelos
ventos; outras que se agarram na pelagem dos animais; há ainda, as que são
levadas pelos rios e as que são carregadas pelos insetos polinizadores:
abelhas, borboletas e outros.

Entre
os coletores e estocadores de alimento (cápsulas sementes) estão a paca, a
cotia, o serelepe. Eles enterram-nas mas não voltam para busca-las e o estoque
germina. O tucano-de-bico-verde
é um dos dispersores do palmito. E quem diria que as grandes
caneleiras são plantadas pelos sabiás!

A intervenção humana rompe o equilíbrio do
ambiente. A coleta desenfreada e a retirada da vegetação deixam os animais sem
alimento e os mesmos acabam por desaparecer. Sem eles, a mata fica
desequilibrada.
A Mata Atlântica é uma vítima do modelo de
desenvolvimento predatório adotado no Brasil. Por conta desse modelo o
pau-brasil foi extraído sem controle para suprir o comércio internacional; os
recursos minerais foram, quase que, totalmente exauridos e a floresta e sua
biodiversidade são depredadas para dar lugar às monoculturas, às florestas
artificiais do pinus e do eucalipto e aos complexos industriais.
Essas ações predatórias provocam uma devastação
tamanha! É melhor repensar o assunto. As gerações presentes
e futuras vão cobrar isso, com certeza. Cadê a mata Atlântica que estava aqui?
O Paraná é responsável pela conservação e
proteção da parte da Mata Atlântica, que está em território paranaense, ou seja,
a região da Serra do Mar, tombada como patrimônio da humanidade, em 25 de julho
de 1986
.
Ilza KozikPedagoga e Especialista em Ecologia
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