segunda-feira, 5 de junho de 2017

MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA: CLARA CAMARÃO

Clara participou dos combates contra os holandeses em Recife e Olinda e na vila de Porto Calvo no Estado de Alagoas. Para isso, recrutou e treinou mulheres índias e não índias, formando e liderando um grupo de grandes guerreiras que a acompanhou em todas as lutas.
                                                                                                                       


                                                                                                    *Por  Ilza  Kozik


Teria nascido na primeira metade do século XVII no seio da nação Potiguar que habitava a margem esquerda do rio Potengi, 

provavelmente na Aldeia Velha nos arredores da cidade de Natal, na Capitania do Rio Grande (hoje estado do Rio Grande do Norte). Foi catequizada por padres jesuítas e batizada com o nome de Clara. Casou-se com o índio Poti, catequizado como Felipe Camarão (camarão = poti na língua tribal) e adotou o nome de Clara Camarão.

Os registros sobre sua biografia revelam uma mulher que foi precursora da divisão do trabalho por deixar de lado o trabalho doméstico para se dedicar a uma atividade até então, considerada masculina, como a de aprender técnicas de guerra e manejo de armas. Tinha habilidade com o arco e a flecha, a lança e o tacape. Podia não saber, mas como outras guerreiras de sua época, iniciava o movimento feminista.


Seu marido Felipe Camarão, aliou-se às tropas luso-brasileiras para defender os domínios do rei e consequentemente de seu povo. Clara participou dos combates contra os holandeses em Recife e Olinda e na vila de Porto Calvo no Estado de Alagoas. Para isso, recrutou e treinou mulheres índias e não índias, formando e liderando um grupo de grandes guerreiras que a acompanhou em todas as lutas. Corria o ano de 1637.Em 1646 combateu com o grupo de mulheres que ficaram conhecidas como as Heroínas de Tejucupapo, uma pequena aldeia da zona da mata pernambucana, que foi palco de uma das batalhas ocorridas contra a dominação holandesa.

Em 1648 Clara e o marido participaram da Batalha de Guararapes, o que decidiu a vitória contra o domínio holandês. Felipe Camarão foi ferido e morto em combate. Foi a última guerrilha de Clara camarão. Após a morte do marido e a expulsão definitiva dos holandeses, ela teria voltado para a aldeia Potiguar. Morreu no anonimato, não havendo registros sobre data e local de sua morte.

Em 27 de março de 2017, o nome de Clara Camarão foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, Lei Nº 13.422/2017.

A Refinaria Potiguar Clara Camarão homenageia o seu nome. É a primeira refinaria do Brasil a ser batizada com um nome de mulher. (Wikipédia)

(*) Ilza Kozik
Pedagoga e Especialista em Ecologia
 

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