Leolinda de Figueiredo Daltro nasceu
na Bahia, em 1859, século XIX. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu e
criou seus cinco filhos sozinha, após a separação do marido.
Foi professora alfabetizadora,
Feminista, indigenista e política. Viajou pelo interior do país alfabetizando
índios de diferentes nações e lutando pela sua causa. Enfrentou muitas
dificuldades para conseguir implantar um projeto de educação laica para os
índios do Brasil. Foi diretora da Escola de Ciências, Artes e Profissões de
Orsina da Fonseca, no Rio de Janeiro. Foi também uma das precursoras do
movimento feminista e lutou pelos direitos das mulheres. Suas convicções eram
de que as mulheres tinham direito ao voto e de participar da política.
Em 1909, organizou um grupo de
mulheres ativistas e colaborou com a campanha do marechal Hermes
da Fonseca à presidência da República, esperando que após eleito, o mesmo
concedesse o direito ao voto às mulheres. Isso não aconteceu.
As mulheres feministas, fundaram o Partido Republicano Feminino, no Rio
de Janeiro em dezembro de 1910. O objetivo era representar e integrar as
mulheres na sociedade política. Foi presidido por Leolinda de Figueiredo
Daltro.
“No início do século XX a cidadania feminina continuava incompleta. As
mulheres ainda lutavam pelo direito à educação e ao voto, por plenos direitos
políticos e pelo direito e o acesso ao trabalho”. (Partido Republicano
Feminino, 1910)
O partido e o movimento feminista começaram a angariar apoio e crescer,
por isso, Leolinda era duramente criticada pela imprensa do Rio de Janeiro e do
país. Foi vítima da fúria de pessoas que, talvez, por medo das ideias à frente
de seu tempo, boicotavam seus trabalhos difamando-a perante o público. Mesmo
assim, ela lutava intensamente pela causa feminista.
Leolinda e as mulheres feministas
lutavam pela cidadania da mulher brasileira, no sentido de despertar o
sentimento de consciência de seus direitos, valores e coragem de exercer seu
papel na família, na sociedade e na vida nacional. Poder reivindicar
necessidades e cobrar respostas perante os poderes constituídos.
Não! Enquanto puder hei de lutar pela
mulher! Principalmente agora que ela começa a ter seus direitos reconhecidos
pelos homens. Fui a primeira eleitora que se qualificou. O feminismo que eu
preguei e defendi com enorme sacrifícios, não pregava diretamente a conquista
de postos de representação. Não tínhamos ambições pessoais. Queríamos,
antes de tudo, dar à mulher um lugar melhor na sociedade, como elemento de
progresso, libertando-a, tanto quanto possível, da escravidão e da situação de
inferioridade em que viviam.
(Leolinda de Figueiredo Daltro)
Em 1932 a mulher brasileira passou a
ter o direito ao voto.
Leolinda de Figueiredo Daltro, morreu
em 1935, vitima de um atropelamento. Tinha 75 anos.
Seus trabalhos
são conhecidos no mundo acadêmico, quando se trata de educação indígena e da
história do feminismo no Brasil. Por ser ela uma das precursoras do movimento
feminista.
O Partido Republicano Feminino, tempos
depois, foi transformado numa associação feminista. Hoje, no Brasil, existem
diversas ongs e associações feministas atuantes.
Estamos no século XXI e a mulher
brasileira ainda enfrenta preconceito, étnico, social, profissional, político,
religioso.
Ilza Kozik
Pedagoga e
Especialista em Ecologia
FONTES: Arquivo
Nacional, fundo FBPF; Diário Oficial, (17/12/1910); MELO, H.;
Marques (Universidade de Brasília)
Da
catechese dos índios no Brasil e Notícias e documentos para a História, 2014.
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