quarta-feira, 21 de junho de 2017

MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA: LEOLINDA DALTRO - por Ilza Kozik

Resultado de imagem para leolinda daltroAs mulheres feministas, fundaram o Partido Republicano Feminino, no Rio de Janeiro em dezembro de 1910. O objetivo era representar e integrar as mulheres na sociedade política. Foi presidido por Leolinda de Figueiredo Daltro.





Leolinda de Figueiredo Daltro nasceu na Bahia, em 1859, século XIX. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu e criou seus cinco filhos sozinha, após a separação do marido.

Foi professora alfabetizadora, Feminista, indigenista e política. Viajou pelo interior do país alfabetizando índios de diferentes nações e lutando pela sua causa. Enfrentou muitas dificuldades para conseguir implantar um projeto de educação laica para os índios do Brasil. Foi diretora da Escola de Ciências, Artes e Profissões de Orsina da Fonseca, no Rio de Janeiro. Foi também uma das precursoras do movimento feminista e lutou pelos direitos das mulheres. Suas convicções eram de que as mulheres tinham direito ao voto e de participar da política.

Em 1909, organizou um grupo de mulheres ativistas e colaborou com a campanha do marechal Hermes da Fonseca à presidência da República, esperando que após eleito, o mesmo concedesse o direito ao voto às mulheres. Isso não aconteceu.

As mulheres feministas, fundaram o Partido Republicano Feminino, no Rio de Janeiro em dezembro de 1910. O objetivo era representar e integrar as mulheres na sociedade política. Foi presidido por Leolinda de Figueiredo Daltro.

“No início do século XX a cidadania feminina continuava incompleta. As mulheres ainda lutavam pelo direito à educação e ao voto, por plenos direitos políticos e pelo direito e o acesso ao trabalho”. (Partido Republicano Feminino, 1910)

O partido e o movimento feminista começaram a angariar apoio e crescer, por isso, Leolinda era duramente criticada pela imprensa do Rio de Janeiro e do país. Foi vítima da fúria de pessoas que, talvez, por medo das ideias à frente de seu tempo, boicotavam seus trabalhos difamando-a perante o público. Mesmo assim, ela lutava intensamente pela causa feminista.

Leolinda e as mulheres feministas lutavam pela cidadania da mulher brasileira, no sentido de despertar o sentimento de consciência de seus direitos, valores e coragem de exercer seu papel na família, na sociedade e na vida nacional. Poder reivindicar necessidades e cobrar respostas perante os poderes constituídos.

Não! Enquanto puder hei de lutar pela mulher! Principalmente agora que ela começa a ter seus direitos reconhecidos pelos homens. Fui a primeira eleitora que se qualificou. O feminismo que eu preguei e defendi com enorme sacrifícios, não pregava diretamente a conquista de postos de representação.  Não tínhamos ambições pessoais. Queríamos, antes de tudo, dar à mulher um lugar melhor na sociedade, como elemento de progresso, libertando-a, tanto quanto possível, da escravidão e da situação de inferioridade em que viviam.

(Leolinda de Figueiredo Daltro)

Em 1932 a mulher brasileira passou a ter o direito ao voto.

Leolinda de Figueiredo Daltro, morreu em 1935, vitima de um atropelamento. Tinha 75 anos.

Seus trabalhos são conhecidos no mundo acadêmico, quando se trata de educação indígena e da história do feminismo no Brasil. Por ser ela uma das precursoras do movimento feminista.

O Partido Republicano Feminino, tempos depois, foi transformado numa associação feminista. Hoje, no Brasil, existem diversas ongs e associações feministas atuantes.

Estamos no século XXI e a mulher brasileira ainda enfrenta preconceito, étnico, social, profissional, político, religioso.

Ilza Kozik

Pedagoga e Especialista em Ecologia

FONTES: Arquivo Nacional, fundo FBPF; Diário Oficial, (17/12/1910); MELO, H.;

Marques (Universidade de Brasília)

Da catechese dos índios no Brasil e Notícias e documentos para a História, 2014.


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