Veio ao Brasil
apaixonada por um príncipe, trazendo planos para ser feliz e transformar o
Brasil num país livre. Nesta terra foi princesa e imperatriz, mas pelo príncipe
e imperador foi humilhada e ofendida até a morte.
* Por Ilza Kozik
Seu nome de
nascença era Leopoldina Josefa Carolina Francisca Fernanda Beatriz de
Habsburgo-Lorena, mas no Brasil recebeu o nome de Maria Leopoldina. Nasceu em
Viena, capital da Áustria, em 1797. Era uma das filhas do Imperador Francisco
II, da Áustria e de dona Maria Isabel de Bourbon. Foi arquiduquesa da Áustria e
princesa da Hungria. Casou-se com o príncipe D. Pedro por procuração e veio
para o Brasil para conhecer o marido em 1817. Além dos títulos que acumulava,
agora era também Princesa Regente do Brasil.
Tinha excelente
educação. Falava francês, latim, italiano e estudava inglês. No Brasil, se
dedicou a aprender o português. Tinha conhecimento político e administrativo e
era respeitada e bem relacionada no Brasil e na Europa. Nas artes, praticava a
pintura retratando-a em fotos e quadros de paisagens. Conhecia a música
clássica e tocava piano. Gostava também de biologia e para pesquisar essa área
trouxe consigo vários cientistas austríacos. Os mesmos pesquisaram e
catalogaram diversas espécies da flora e da fauna do Brasil. Hoje seu legado
cultural encontra-se espalhado nos museus da Áustria, de Portugal e do Brasil.
Leopoldina tinha
poderes políticos concedidos pelo rei D. João VI, que confiava mais nela do que
no próprio filho. Ela, por sua vez, havia aprendido com o pai a lidar com a
política e com a economia. Como princesa regente, atuava nas articulações político-administrativas
e nas decisões do governo. Na ausência de D. Pedro assumia o comando da
regência. Conheceu a cultura e os costumes da nova terra, bem como, os
problemas e necessidades do povo brasileiro. Por isso exerceu forte influencia
no movimento pela independência. Queria uma monarquia livre da influência de
Portugal para poder investir no crescimento do país e reter aqui as riquezas da
terra.
Em 1821 conheceu José Bonifácio de Andrada e Silva, grande defensor da
independência e crítico do absolutismo. Leopoldina era uma mulher inteligente,
culta e fiel ao esposo D. Pedro, com quem teve sete filhos, dos quais cinco
chegaram à idade adulta. Era mãe e esposa exemplar e tolerava a infidelidade do
marido. No governo, era uma grande estadista que tinha o respeito e o apoio dos
ministros, do Conselho de Estado e do povo brasileiro. Une forças com José
Bonifácio e grupos aliados e inicia o processo de independência. Enquanto isso, o príncipe se ocupa de viagens
pelas províncias e como tinha fama de infiel à princesa e irresponsável no
comando da regência da colônia, não era bem visto pela corte e pelo povo.
“D. Pedro passou
o poder à Dona Leopoldina no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do
Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes
legais para governar o país durante a sua ausência. ” (Wikipédia, 2014)
O mesmo e sua
comitiva oficial empreendeu viagem à região de São Paulo. Enquanto isso, a
Princesa recebeu notícias de que Portugal estava preparando uma ação contra o
Brasil e como D. Pedro demoraria vários dias para voltar, Leopoldina,
aconselhada por José Bonifácio e usando de seus atributos de chefe interina de
governo, reuniu-se com o Conselho de Estado na manhã de 2 de setembro de 1822, para
decidir os destinos do Brasil e decidiu-se então, pela separação de Portugal. O
Decreto da Independência foi assinado por Dona Leopoldina Princesa Regente. Um
mensageiro de confiança do governo foi à São Paulo para encontrar D. Pedro e
entregar-lhe o documento vindo de Portugal, o Decreto da Independência e uma
carta da Princesa Regente. O mensageiro encontrou D. Pedro e seus soldados no
dia 7 de setembro às margens do riacho Ipiranga e lhe entregou os documentos. Em
1º de dezembro do mesmo ano, Leopoldina foi coroada Imperatriz do Brasil.
Seu reinado
durou pouco tempo e foi conturbado pela presença constante da amante do marido,
a marquesa de Santos que frequentava o palácio da família real. Depois de
sofrer depressão durante vários meses, a imperatriz adoece, aborta o sétimo
filho que esperava e morre em 11 de dezembro de 1826. Tinha 29 anos. O Brasil
perde sua 1ª imperatriz e o povo brasileiro chora sua morte.Seu legado
cultural: a maior floresta urbana do mundo – Floresta da Tijuca, RJ, documentos
de catalogação de espécies da flora e da fauna do Brasil, criação de
bibliotecas nas capitais e incentivo as artes plásticas.
Ilza Kozik
Pedagoga e
Especialista em Ecologia.
Apoio: Revista
História (Biblioteca Nacional, Nº 107, 2014)
Wikipédia
Imagem: Josef
Kreutzing (austríaco) Fotos: Arquivo Google
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