quinta-feira, 6 de julho de 2017

MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA: LEOPOLDINA

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Veio ao Brasil apaixonada por um príncipe, trazendo planos para ser feliz e transformar o Brasil num país livre. Nesta terra foi princesa e imperatriz, mas pelo príncipe e imperador foi humilhada e ofendida até a morte.

* Por Ilza Kozik




Seu nome de nascença era Leopoldina Josefa Carolina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, mas no Brasil recebeu o nome de Maria Leopoldina. Nasceu em Viena, capital da Áustria, em 1797. Era uma das filhas do Imperador Francisco II, da Áustria e de dona Maria Isabel de Bourbon. Foi arquiduquesa da Áustria e princesa da Hungria. Casou-se com o príncipe D. Pedro por procuração e veio para o Brasil para conhecer o marido em 1817. Além dos títulos que acumulava, agora era também Princesa Regente do Brasil.


Tinha excelente educação. Falava francês, latim, italiano e estudava inglês. No Brasil, se dedicou a aprender o português. Tinha conhecimento político e administrativo e era respeitada e bem relacionada no Brasil e na Europa. Nas artes, praticava a pintura retratando-a em fotos e quadros de paisagens. Conhecia a música clássica e tocava piano. Gostava também de biologia e para pesquisar essa área trouxe consigo vários cientistas austríacos. Os mesmos pesquisaram e catalogaram diversas espécies da flora e da fauna do Brasil. Hoje seu legado cultural encontra-se espalhado nos museus da Áustria, de Portugal e do Brasil.


Resultado de imagem para imperatriz leopoldinaLeopoldina tinha poderes políticos concedidos pelo rei D. João VI, que confiava mais nela do que no próprio filho. Ela, por sua vez, havia aprendido com o pai a lidar com a política e com a economia. Como princesa regente, atuava nas articulações político-administrativas e nas decisões do governo. Na ausência de D. Pedro assumia o comando da regência. Conheceu a cultura e os costumes da nova terra, bem como, os problemas e necessidades do povo brasileiro. Por isso exerceu forte influencia no movimento pela independência. Queria uma monarquia livre da influência de Portugal para poder investir no crescimento do país e reter aqui as riquezas da terra.

 Em 1821 conheceu José Bonifácio de Andrada e Silva, grande defensor da independência e crítico do absolutismo. Leopoldina era uma mulher inteligente, culta e fiel ao esposo D. Pedro, com quem teve sete filhos, dos quais cinco chegaram à idade adulta. Era mãe e esposa exemplar e tolerava a infidelidade do marido. No governo, era uma grande estadista que tinha o respeito e o apoio dos ministros, do Conselho de Estado e do povo brasileiro. Une forças com José Bonifácio e grupos aliados e inicia o processo de independência.  Enquanto isso, o príncipe se ocupa de viagens pelas províncias e como tinha fama de infiel à princesa e irresponsável no comando da regência da colônia, não era bem visto pela corte e pelo povo.


“D. Pedro passou o poder à Dona Leopoldina no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o país durante a sua ausência. ” (Wikipédia, 2014)


Resultado de imagem para independência do brasilO mesmo e sua comitiva oficial empreendeu viagem à região de São Paulo. Enquanto isso, a Princesa recebeu notícias de que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil e como D. Pedro demoraria vários dias para voltar, Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio e usando de seus atributos de chefe interina de governo, reuniu-se com o Conselho de Estado na manhã de 2 de setembro de 1822, para decidir os destinos do Brasil e decidiu-se então, pela separação de Portugal. O Decreto da Independência foi assinado por Dona Leopoldina Princesa Regente. Um mensageiro de confiança do governo foi à São Paulo para encontrar D. Pedro e entregar-lhe o documento vindo de Portugal, o Decreto da Independência e uma carta da Princesa Regente. O mensageiro encontrou D. Pedro e seus soldados no dia 7 de setembro às margens do riacho Ipiranga e lhe entregou os documentos. Em 1º de dezembro do mesmo ano, Leopoldina foi coroada Imperatriz do Brasil.


Imagem relacionadaSeu reinado durou pouco tempo e foi conturbado pela presença constante da amante do marido, a marquesa de Santos que frequentava o palácio da família real. Depois de sofrer depressão durante vários meses, a imperatriz adoece, aborta o sétimo filho que esperava e morre em 11 de dezembro de 1826. Tinha 29 anos. O Brasil perde sua 1ª imperatriz e o povo brasileiro chora sua morte.Seu legado cultural: a maior floresta urbana do mundo – Floresta da Tijuca, RJ, documentos de catalogação de espécies da flora e da fauna do Brasil, criação de bibliotecas nas capitais e incentivo as artes plásticas.



 Ilza Kozik


Pedagoga e Especialista em Ecologia. 

                                                                          
  Apoio: Revista História (Biblioteca Nacional, Nº 107, 2014)


            Wikipédia


Imagem: Josef Kreutzing (austríaco)
  Fotos: Arquivo Google 


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