segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Organizações e movimentos pelo direito à cidade de todo o Brasil se unem para o ato “não aos despejos“ no Recife


Déficit habitacional da Região Metropolitana de Recife (RMR) é de cerca de 108 mil unidades. Ato chama a atenção para a urgência da situação de vulnerabilidade de comunidades da região




Nesta sexta-feira (27/10), movimentos e organizações que atuam pelo direito à cidade realizam um ato público, às 17h, na Praça da Independência. O objetivo da iniciativa é apoiar a luta das comunidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) ameaçadas por despejos e dar visibilidade ao sofrimento por que passam a população mais vulnerável, além dos abusos praticados durante ações de reintegração de posse, como violência contra famílias, incluindo mulheres e crianças.



Durante o ato, algumas mensagens serão projetadas em edifícios abandonados do centro de Recife para promover a reflexão sobre a situação de vulnerabilidade que muitas comunidades da RMR enfrentam, sofrendo cada vez mais com ordens de despejo. Com esta constante ameaça, as famílias vivem na insegurança de perderem suas casas e terem seu direito à moradia minado.



As comunidades de Entra Apulso e de Pocotó, ambas localizadas no bairro de Boa Viagem, na zona sul da cidade do Recife, receberam recentemente ordens judiciais de reintegração de posse. No caso de Entra Apulso, uma comunidade consolidada desde 1950, protegida pela lei da Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), e que abriga centenas de pessoas, o decreto ordena a desapropriação parcial, despejando 30 famílias que vivem no local há mais de 17 anos. Para ambas as comunidades, a pressão é clara: ou deixam o local, ou serão despejados.



“Com a crescente valorização dos terrenos em Recife e o aumento da especulação imobiliária,  centenas de pessoas são obrigadas a abrir mão de suas casas, do local onde vivem há mais de 15 anos, sem perspectiva de apoio do poder público. Essas remoções acabam forçando as famílias a se realocarem para assentamentos ainda mais precários e cada vez mais distantes do centro da cidade“, afirma Socorro Leite, diretora executiva nacional da ONG Habitat para a Humanidade Brasil, uma das organizações que realiza o ato.



O ato contará com a presença de representantes de comunidades ameaçadas de despejo, dos participantes do encontro nacional do Fórum de Reforma Urbana e de organizações e movimentos de luta por moradia de diversas parte do Brasil, como Central de Movimentos Populares (CMP), Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CEDES), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Federação Nacional dos Arquitetos (FNA), Instituto Pólis, Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Observatório das Metrópoles e União por Moradia Popular que, em solidariedade às comunidades atingidas, se juntaram à luta local.



Segundo os organizadores, o déficit habitacional da Região Metropolitana de Recife é de cerca de 108 mil unidades. Só na cidade do Recife são cerca de 280 mil pessoas que sofrem com a falta de moradias adequadas. No estado de Pernambuco, estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança de posse de terra.



Ato público pelo direito à cidade


Quando: 27 de outubro de 2017, às 17hOnde: Praça do Diário – Centro - RecifeInformações: (81) 3221-3137Evento gratuito



Mais informações para a imprensa com:



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