Numa tarde de sábado, ensolarada, aos 23 dias do mês de Março, nos
meados dos anos 80, na sede da Fundação de Assistência ao bem estar Social
(Fabes), do aristocrático e histórico bairro do Ipiranga, na capital paulistana,
foi palco de uma batalha selvagem e irracional provocada por militantes da
pastoral das favelas ao invadirem e tomarem de sobressalto uma assembleia de
moradores de favelas convocada pelo Conselho Coordenador das Favelas de São
Paulo (Corafasp) para fundação do Conselho Regional das Favelas do Ipiranga, enquanto naquela noite na maternidade do bairro, ouviu-se um grito misto de alegria e de indignação anunciando o nascimento de Claudinha.
A Assembleia se transcorria
num ambiente de solidariedade e muita animação com o objetivo de unificar e fortalecer á luta dos moradores
daquela região pela posse da terra e
reurbanização das 17 favelas instaladas no bairro, quando subitamente foi
invadida por dezenas de militantes, seminaristas, advogados, padres e
políticos, todos identificados como membros da pastoral das favelas de São
Paulo e dois políticos, o Advogado e posteriormente Deputado Federal. Antonio
Mentor e a suplente de Vereadora Terezinha Martins, todos filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT) que
formaram um círculo em volta dos participantes da assembleia e em seguida
ocuparam a mesa de trabalhos e expulsaram os membros da diretoria do Corafasp
chamando-os de pelegos e cafajestes e agrediram com palavras ofensivas e empurrões o presidente do Corafasp, Antonio
Timóteo e o diretor cultural o padre Tranquilo Moterle, tendo um grupo de cinco
pessoas se voltados violentamente contra
a minha pessoa que presidia os trabalhos e conduziram-me até os fundos do recinto e me aprisionaram num
banheiro sanitário e me mantiveram em cárcere privado até ás 18 horas, enquanto
realizaram uma assembleia forjada e fundaram um conselho Regional das Favelas
do Ipiranga. coordenado pela pastoral das favelas.
Monumento do Ipiranga - São Paulo, Capital - Foto: Arquivo Google
Naquela fatídica tarde de
sábado, enquanto eu enfrentava uma verdadeira batalha para fortalecimento das
lutas em prol da melhoria da qualidade de vida dos moradores de favelas da
região do Ipiranga, a ex-companheira Norma Lúcia, contorcendo-se de dores,
agonizava em casa enquanto aguardava o meu retorno ao lar para conduzi-la à maternidade do Hospital do Ipiranga para o
nascimento da Claudinha.
No hospital, eu, e a comadre
Jacira Linhares aguardávamos ansiosos na sala de espera quando um grito vindo da sala de partos ecoou
no ar e instantes depois a médica que acompanhou o trabalho de parto
apresentou-nos uma bebezinha recém – nascida, de pele clara e cabelos pretos e
o rosto avermelhado, esperneando e gritando
alto como quem estava anunciando ao mundo a sua chegada e indignada,
talvez, com os apuros e a violência que eu havia sofrido naquela tarde pela
intolerância de adversários políticos que apesar dos constantes pedidos feitos
pela comadre Jacira Linhares para me libertarem do cárcere privado para que eu
me retirasse do recinto para conduzir a minha companheira à maternidade, eles
não atenderam.
Mas, felizmente, a Claudinha
nasceu bem saudável e robusta trazendo uma enorme alegria para todos da família, e a Norma Lúcia não
ficou com nenhum problema de saúde.
Na data de hoje em que transcorre mais um aniversário da Claudinha, presto esta singela homenagem à minha querida filha, uma batalhadora incansável que tem alcançado brilhante sucesso em sua vida profissional e familiar e é portadora de grande senso de humanismo e de solidariedade para com todos da família e do seu circulo de amizades! Parabéns, Claudinha! Muita saúde, paz e felicidades!!!
Foto de Claudinha..
Na data de hoje em que transcorre mais um aniversário da Claudinha, presto esta singela homenagem à minha querida filha, uma batalhadora incansável que tem alcançado brilhante sucesso em sua vida profissional e familiar e é portadora de grande senso de humanismo e de solidariedade para com todos da família e do seu circulo de amizades! Parabéns, Claudinha! Muita saúde, paz e felicidades!!!
Foto de Claudinha..
Escrito por Cláudio Lima.
-Café com Claudinha e as
recordações de 40 anos de militância.
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