Por Mauro Lopes, para o Jornalistas pela Democracia - Os
mais velhos se lembram, os mais jovens talvez tenham lido -mas se não sabem é
só dar uma googlada: há 34 anos atrás o Brasil viveu o drama de um presidente
que, na véspera de sua posse, foi internado e pouco mais de um mês depois, em 21
de abril de 1985, morria num hospital em São Paulo, não o Einstein, mas o
Hospital das Clínicas da USP. Foi Tancredo Neves. Que relações pode haver entre
um caso ocorrido há quase 35 anos com a situação atual de Jair Bolsonaro?
Várias, desde o fato de ambos padecerem na região abdominal
ao fato de os eventos cirúrgicos que os envolveram serem próximos à data da
posse, até o fato de ambos ficarem inicialmente hospitalizados fora de São
Paulo (Brasília e Juiz de Fora) e acabarem sendo tratados na cidade da medicina
mais avançado do país. São relações históricas, quase curiosidades. Há uma,
porém, que refere-se ao país e a um dos direitos básicos inscritos na
Constituição: o direito à informação.
O que acontecia com Tancredo Neves durante sua internação? O
que está acontecendo com Bolsonaro?
Há uma convergência assustadora entres os termos dos
boletins médicos de 1985 e os de 2019. Veja na imagens o primeiro boletim sobre
a cirurgia de Tancredo Neves (emitido em 15 de maço de 1985, um dia depois da
operação) e o boletim emitido pelos médicos em 29 de janeiro último, também no
dia seguinte à cirurgia -de Bolsonaro. Veja também a imagem do boletim médico
de Tancredo Neves de 27 de março, 13 dias depois da primeira cirurgia e o
boletim mais recente sobre Bolsonaro, de 3 de fevereiro (sexto dia)
4 de Fevereiro de 2019
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Mauro Lopes - Jornalista, editor do 247 e fundador do canal Paz e Bem
Fonte: Portal 247
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