NÚMERO DE PRESIDIÁRIAS AUMENTOU 256% NO PAÍS EM 2012.
A população carcerária feminina aumentou 256% em
2012 informou, nesta quinta-feira, o diretor do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen), Augusto Rossini, órgão vinculado ao Ministério da Justiça. O
aumento no caso dos homens foi quase a metade no mesmo período, 130%. Atualmente, 7% de todos os presos no Brasil são mulheres, o que corresponde a
algo em torno de 36 mil detentas. Há mais de 550 mil pessoas em presídios no
País e um déficit de 240 mil vagas, das quais 14 mil são para mulheres.
O diretor participou do seminário Inclusão Produtiva nos Presídios Femininos do
Centro-Oeste, na 6º edição do Latinidades - Festival da Mulher
Afro-Latino-Americana e Caribenha. De acordo com Rossini, dois fatores
importantes para o aumento da população carcerária feminina são o crescimento
da participação da mulher em diversas atividades, inclusive na criminalidade, e
o repasse de atividades criminosas à mulher, por cônjuges, namorados ou irmãos,
quando eles mesmos são presos. A maioria das detenções estão relacionadas com o
tráfico de drogas, sem registros de criminalidade associado à violência.
Dados do Ministério da Justiça mostram que o perfil das mulheres presas no
Brasil é formado por jovens, dois terços do total têm entre 18 e 34 anos;
negras, 45% são pretas ou pardas, de acordo com a nomenclatura do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); responsáveis pelo sustento da
família, 14 de cada 15 mulheres; e com baixa escolaridade, 50% têm ensino
fundamental incompleto.
Esse perfil reforça a ideia que as presidiárias são marginalizadas e que,
quando retornam à sociedade depois de cumprida a pena, têm dificuldade de se
inserir no mercado de trabalho, o que intensifica a reincidência no crime.
A chefe da Diretoria de Operações Femininas da Agência Estadual de
Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), do Mato Grosso do Sul, Jane
Stradiotti, disse que 40% da população carcerária realiza algum tipo de
trabalho nas penitenciárias. Se contabilizados os casos de regime semi-aberto,
o percentual sobe para 88%.
Para a secretária de Avaliação de Políticas de Autonomia Econômica das
Mulheres, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Tatau Godinho, a
construção das perspectivas profissionais das mulheres nos presídios depende de
uma combinação com ações relativas à maternidade.
"Nós sabemos que não há igualdade e possibilidade de emancipação se não
tivermos uma forma de que isso venha combinado à maternidade. Para que a
encarcerada tenha tranquilidade, tem de saber que seu filho está sendo cuidado
como o cidadão integral que tem o direito de ser. Não adianta fazer curso de
capacitação se não criarmos um ambiente para que as crianças fiquem. Caso contrário,
há evasão", explicou Tatau.
Fonte: Portal Terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário