BRUNO
BOGHOSSIAN
DO PAINEL
PAULO GAMA
DE SÃO PAULO
DO PAINEL
PAULO GAMA
DE SÃO PAULO
Justiça Eleitoral
identificou indícios de fraude e irregularidades na coleta de assinaturas em
São Paulo para a criação da Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora
Marina Silva. O Ministério Público Eleitoral e a polícia foram acionados em
quatro municípios do Estado.
Os procedimentos
foram solicitados em casos em que as assinaturas apresentadas nas fichas de
apoiamento não correspondem ao registro dos eleitores nos cartórios.
Em nota, o partido
afirmou que tomou "todo o cuidado" no processo de coleta e que os
problemas podem ter sido provocados pela falta de parâmetros dos cartórios na
certificação dos apoios.
A ex-senadora tem
criticado publicamente a demora e o critério adotado pelos cartórios para a
certificação das assinaturas de apoio.
Em Ourinhos, no
oeste paulista, ao menos dois eleitores que aparecem na lista de apoiadores da
legenda foram procurados pelos cartórios eleitorais da cidade e declararam não
ter assinado nenhuma ficha do partido.
O processo foi
enviado pelo juiz Cristiano Canezin Barbosa ao Ministério Público "para
apuração de eventual ilícito eleitoral".
Segundo o promotor
responsável, Marcos da Silva Brandini, foi instaurado inquérito policial para
definir se as assinaturas são verdadeiras. "Terá de ser feito o exame
grafotécnico para confirmar se as assinaturas são ou não dos eleitores",
disse.
Na cidade, segundo
o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a Rede apresentou 192 assinaturas,
das quais 112 foram certificadas.
Em Mogi das
Cruzes, na Grande São Paulo, o juiz eleitoral foi informado por um cartório da
"existência de indícios de fraude" na ficha de um eleitor. O caso foi
enviado ao Ministério Público Eleitoral e à delegacia de polícia.
Os outros dois
casos aconteceram em São Bernardo do Campo e em São José do Rio Preto. Nessas
cidades, os juízes remeteram os processos de certificação à Polícia Federal
para apuração. Os despachos determinando a investigação não especificam o
motivo do envio.
OUTRO LADO
Em nota enviada
ontem à Folha, a Rede Sustentabilidade afirmou que tomou "todo o
cuidado" no processo de coleta de assinaturas, mas ressaltou que ele
"ocorreu de forma difusa e colaborativa, envolvendo mais de 10 mil pessoas
que baixaram as fichas pela internet e imprimiram nas suas casas".
Apesar das
verificações, diz o partido, "é possível que existam eventuais diferenças
nas assinaturas". Segundo a Rede, "esses problemas podem se referir a
casos corriqueiros", em que as assinaturas "não conferem com os
documentos que os cartórios eleitorais tem a disposição para verificação
(folhas de votação, requerimento de alistamento eleitoral ou canhoto do título
de eleitor)".
Nessas situações,
segue o texto, "os cartórios podem proceder, de acordo com a legislação,
notificando os órgãos correspondentes".
A Folha
conversou também com o vereador de Ourinhos Lucas Pocay, hoje filiado ao PTB,
que é um dos articuladores da Rede no município. Ele disse que pode ter havido
confusão de coletadores ou que, por pressão política, eleitores podem ter ficado
constrangidos em admitir que assinaram a ficha de apoio à criação da Rede
Fonte: Folha de São Paulo.
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