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PANFLETO DE CAMPANHA DE EDUARDO CUNHA: "MUITO RESPEITO".
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Primeiro:
a vitória do deputado Eduardo Cunha (PMDB) é a vitória do PSDB, que
traiu o candidato do PSB, Júlio Delgado, e votou em peso no deputado
carioca, a ser seguido pelos seus aliados históricos e satélites
políticos, DEM e PPS, além de vários partidos nanicos e de portes
médios.
Segundo:
Cunha tem alma tucana; é um político ideologicamente conservador e
sempre foi um adversário ferrenho do PT e do PDT, no Rio de Janeiro, seu
estado, bem como "inimigo" do Governo Dilma Rousseff, a atrapalhá-lo,
mesmo quando respondeu pelos interesses de sua bancada, cujo partido, o
PMDB, ocupa o cargo de vice-presidente da República, na pessoa de Michel
Temer.
Terceiro:
O novo presidente da Câmara dos Deputados é de oposição, o que se torna
um grave problema para a aprovação dos projetos do Governo Federal.
Certamente que a efetivação do marco regulatório para os meios de
comunicação social previsto pela Constituição de 1988, assim como a
aprovação da reforma política vão sofrer um sério revés, porque Eduardo
Cunha é alinhado aos interesses dos magnatas bilionários de imprensa.
Além
disso, ele é favorável ao financiamento privado de campanhas, até porque
o deputado fluminense se notabilizou também em ter acesso ao mundo das
construtoras e de megaempresários aos quais sempre defendeu seus
interesses como parlamentar. Não é à toa que Cunha teve uma das
campanhas mais caras e ricas do Brasil para o cargo de deputado federal,
nas eleições de outubro passado.
Quem
certamente deve estar muito feliz com a vitória de Eduardo Cunha, além
da imprensa de negócios privados e o PSDB é o juiz do Supremo e político
de direita, Gilmar Mendes. Creio que tal magistrado, quando soube da
vitória de um deputado opositor ao Governo para exercer a Presidência da
Câmara, deve ter pipocado fogos e brindado com champanhe a vitória de
um de seus aliados políticos mais emblemáticos.
Afinal,
completou-se dez meses que o juiz condestável pediu vistas do processo
que o STF considerou inconstitucional a doação de empresas para as
campanhas eleitorais. A verdade é que partidos como o PSDB, DEM, entre
outros, além dos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, bem
como juízes com o perfil conservador de Gilmar Mendes, querem a
perpetuação do financiamento privado de campanhas eleitorais, porque,
evidentemente, o establishment, representado por esses grupos e pessoas,
sempre se beneficiou e elegeu seus aliados.
O juiz,
de tantas e infindáveis polêmicas e que deveria ser discreto por causa
da força de seu cargo, está a desconsiderar seus pares e não a aceitar a
derrota, por se tratar de um homem despótico e que rejeita o diálogo.
Quando percebeu o placar de seis a um desfavorável ao financiamento
privado de campanhas políticas, Gilmar Mendes pediu vistas do processo
de uma votação já consolidada, porque não concorda que a maioria dos
votos defina como inconstitucional as doações de empresas.
Então,
para ele, somente resta protelar e segurar ao máximo o resultado da
votação da qual ele discorda, independente se seus maus atos e ações vão
prejudicar o Brasil, a sociedade brasileira e a democracia. Gilmar
sempre agiu assim. Agora resta saber quando o magistrado, a seu
bel-prazer, vai devolver o processo para ser pautado e,
consequentemente, a votação ser concluída, apesar de o resultado estar
consolidado.
A vitória
de Eduardo Cunha para presidente da Câmara é também a vitória de
juízes, a exemplo de Gilmar Mendes, bem como da direita partidária e do
sistema midiático empresarial, que se tornou há muito tempo o principal
partido de direita e de oposição do Brasil.
Contudo, a
derrota do PT e do Governo Trabalhista denota a fraqueza do Governo
quanto à sua mobilização político-partidária, além do desgaste público
perante parcela importante da Nação, que hoje vota contra o Governo e se
compõem politicamente com o noticiário da imprensa controlada pelos
magnatas bilionários.
Evidentemente
que uma oposição midiática sistemática, feroz e completamente
despreocupada em fazer jornalismo influencia, e bastante, o humor de
milhões de pessoas, principalmente as de classe média, que, por
intermédio de seus valores e princípios, compartilham dos interesses da
burguesia inquilina da casa grande.
O Partido
dos Trabalhadores e o Governo Trabalhista perderam a guerra da
comunicação e vai ser muito difícil reverter este quadro. Entretanto, a
culpa é do próprio Governo e, com efeito, do PT. Sempre afirmei que a
Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo é fraca. Chegaram a nomear,
e durante anos, uma secretária ligada ao mais poderoso oligopólio de
comunicação, exemplificado nas Organizações(?) Globo. Simplesmente
surreal!
O PT e o
Governo que paguem o pato ou passem a ler mais a história do Brasil.
Sempre, e em todas as épocas, quando trabalhistas estiveram no poder, a
direita se mobiliza e joga sujo. Como a direita escravagista brasileira
não tem quaisquer compromissos com o Brasil e seu povo, além de nunca
ter realizado ou construído nada, a exemplo da Petrobras, da Vale do Rio
Doce ou a transposição do Rio São Francisco, dentre dezenas ou centenas
de obras estratégicas, o que resta para os direitistas é apelar para
temas como "corrupção", "mar de lama", "república sindicalista", com o
apoio da classe média coxinha, que sempre gostou de empunhar vassouras e
servir de sustentação política para as mentiras e trapaças políticas da
burguesia, que objetivam a concretização de golpes de estado, seja por
via militar (João Goulart), parlamentar (Collor e Jânio) e judicial,
como tentaram com o Lula e agora tentam com a Dilma.
A
imprensa de mercado, a direita partidária, parcela importante do
Ministério Público e do STF, e agora com o apoio do presidente da
Câmara, deputado Eduardo Cunha, vão engessar o Governo do PT e fazer com
que a presidenta Dilma Rousseff não consiga governar, porque vai ter de
ficar sempre na defensiva para se defender de acusações e denúncias,
sem ter trégua para poder implementar seu programa de governo e projeto
de País apoiados nas urnas pela maioria do povo brasileiro.
O PT e o
Governo vacilaram, tergiversaram, sentiram-se inseguros e hoje pagam um
preço altíssimo. Receberam abraços de ursos ou de afogados e agora
experimentam derrotas na Câmara e em instituições oposicionistas como o
STF e o MP. Essa derrota para um deputado totalmente voltado aos
interesses da classe rica e de oligopólios golpistas, a exemplo dos
meios de comunicação controlados pelos magnatas bilionários de imprensa é
realmente algo desalentador.
Então, o
que resta ao Governo Trabalhista? Lutar, lutar e lutar! Fazer as
reformas, com o apoio primordial da comunicação. Que a Secom, da
Presidência da República, as Ascons, dos Ministérios e dos órgãos e
autarquias, além da Radiobras, façam seus papéis e rebatam,
terminantemente e sistematicamente, quaisquer tipos de ataques,
denúncias e acusações, sejam elas procedentes ou não.
A Secom
tem de ter voz ativa, e, por seu turno, deixar de ser obsoleta. O quadro
político se mostra cinzento e pode se transformar em nuvens de chuvas
torrenciais. A vitória de Eduardo Cunha pertence mais ao PSDB do que ao
PMDB, aos empresários em geral e aos interesses norte-americanos, à
imprensa da casa grande e a um Congresso conservador politicamente,
liberal economicamente, que despreza o Brasil e odeia ver os
trabalhistas no poder. É isso aí.
Compartilhado do blog do Cesar Canducho
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
VITÓRIA DE CUNHA É DO PSDB, DOS MAGNATAS BILIONÁRIOS, DE CERTOS JUÍZES E CONTRA AS REFORMAS POLÍTICA E DA MÍDIA
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