O juiz federal
Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato em Curitiba,
determinou nesta terça-feira (2) a suspensão da tramitação da ação penal
na qual ex-executivos da empreiteira Odebrecht são investigados. A
decisão veio após a Justiça suíça considerar irregular o envio de provas
pelo Ministério Público do país europeu ao Brasil, por violar o direito
de defesa.
Hugo Harada
A decisão de Sérgio Moro valerá até que o Ministério Público brasileiro se manifeste
Apontando o rito de violações cometidas no Brasil, os advogados da
empreiteira recorreram à Justiça suíça para impedir que o Ministério
Público brasileiro utilizasse os dados financeiros para embasar as
investigações da Lava Jato envolvendo a empresa.
Tentando buscar uma brecha para manter o processo, Moro afirmou na sua
decisão que, apesar da suspensão, o processo pode continuar porque a
Justiça suíça reconhece que ocorreram erros procedimentais no repasse
dos documentos, mas não pediu a devolução das provas, fato que impediria
a uso dos dados nas investigações no Brasil.
No entanto, os advogados da Odebrecht consideraram a decisão uma vitória
parcial para a empresa. De acordo com a Operação Lava Jato, quatro
offshores – Smith & Nash, Golac, Sherkson e Havinsur – operavam
contas bancárias na Suíça por onde teria passado dinheiro de propina da
Odebrecht para os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato
Duque e o ex-gerente Pedro Barusco.
Em uma das decisões, acolhendo recurso dos advogados da empresa
Havinsur, os juízes entenderam que não ouvir nenhum representante da
offshore antes da liberar documentos para o Brasil foi um cerceamento do
direito de defesa.
Os documentos obtidos com a Suíça embasaram a denúncia da força-tarefa
da Lava Jato contra a empreiteira e a decisão do juiz Sérgio Moro sobre a
segunda ordem de prisão preventiva contra executivos da Odebrecht –
além de Marcelo, estão presos Rogério Araújo e Márcio Faria.
Para a advogada Dora Cavalcanti, que representa a defesa de Márcio
Faria, a decisão suíça deve mudar os rumos do processo contra seu
cliente e, consequentemente, dos demais ex-executivos da Odebrecht. Com
base na decisão, ela já apresentou petição pedindo a anulação de todas
as provas vindas da Suíça.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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