74 senadores cassaram na noite desta terça (10) o mandato do senador
Delcídio do Amaral (sem partido-MS); Delcídio foi preso em novembro do
ano passado, sob acusação de obstruir as investigações da Operação Lava
Jato; o agora ex-parlamentar não compareceu a sessão que votou sua
cassação: "Para quê? O coronel Renan atropelou ontem o regimento do
Senado para me cassar", afirmou; ele avisou que na próxima semana fará
um complemento da sua delação, centrando fogo em Renan, Edison Lobão,
Romero Jucá e Jader Barbalho; "Eles que me aguardem. Alguns senadores
querem me esquecer, mas eu não me esquecerei de alguns senadores", disse
Redução de ao menos dez ministérios prevista em eventual governo
Michel Temer (PMDB) é criticada pelas centrais sindicais, que se queixam
do desmembramento do Ministério do Trabalho, entregando a reforma da
Previdência à Fazenda, de Henrique Meirelles; "É como deixar a raposa
cuidar dos ovos no galinheiro", disse Ricardo Patah, presidente da UGT; a
suposta fusão da Secretaria de Direitos Humanos com a Justiça também
gerou controvérsias; a esperada nomeação de Alexandre de Moraes,
secretário de Segurança de SP para a pasta é "assustadora", afirmou a
professora Heloisa Buarque de Almeida, da USP; a união do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações também foi
bombardeada pela comunidade científica
Instantes antes de ser notificada sobre seu eventual afastamento pelo
Senado, a presidente Dilma Rousseff pretende exonerar todos os seus
ministros; o ato simbólico, para evitar que sejam dispensados em governo
de Michel Temer, tem sido defendido entre lideranças do PT
Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, voltou a rebater acusações de
Marcelo Odebrecht em possível acordo de delação premiada na Lava Jato:
“Nunca tratei assunto relativo a doação de campanha com Marcelo
Odebrecht ou com qualquer outro executivo”; “O BNDES tem natureza
isenta, técnica e impessoal. É colegiado de alto a abaixo, isso protege”
Publicação do pedido de desculpas da empreiteira foi uma exigência do
juiz Sergio Moro para homologar o acordo de leniência, que prevê ainda o
pagamento de R$ 1 bilhão a título de indenização e a adoção de novas
práticas de governança; o acordo foi baseado em delações premiadas de 11
ex-executivos, incluindo o ex-presidente da empreiteira Otávio Marques
de Andrade; em despacho no último dia 3, Moro determinou que a "a
homologação do acordo de leniência exige o reconhecimento público da
empresa nas mesmas circunstâncias", pelos atos de corrupção praticados
por ela em obras públicas investigadas pela Operação Lava Jato
No pronunciamento que fará caso assuma o país nesta quinta (12),
Michel Temer deve, além de elogiar a Operação Lava Jato, citar ainda os
programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e ProUni para
afastar a ideia de que esvaziará a área social; estuda ainda incluir no
discurso palavras e expressões como "autoridade" e "segurança jurídica",
além das já previsíveis "eficiência" e "decência", segundo a colunista
Mônica Bergamo; deve também lançar, com essas ideias, um slogan de sua
provável administração
Conforme manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, ao STF no pedido de abertura de inquérito contra Aécio Neves,
além das acusações contra o tucano feitas pelo doleiro Alberto Yousseff
em delação premiada, surgiram “fatos novos” a partir da delação do
senador cassado Delcídio do Amaral; ele é acusado de receber “valores
mensais”, por meio de sua irmã, de uma das empresas contratadas por
Furnas, a Bauruense, de 1994 e 2000/2001; ministro Teori Zavascki,
relator dos processos da Lava Jato no Supremo, pediu à Presidência da
Corte a redistribuição dos pedidos de abertura de inquérito contra o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente afastado da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
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