sábado, 16 de julho de 2016

No túnel do tempo... Cláudio Lima e Vera obtêm vitória histórica em Maranguape II.

Lançamento da campanha da chapa " Mudança tem nome, Cláudio Lima e vera na associação" - No fundo vemos a sede da associação antes de ser reformada pela administração Cláudio lima.


Nas disputas eleitorais nem sempre saem vitoriosos aqueles que  dispôem de  uma grande estrutura de apoio financeiro e político.  È preciso saber utilizar essa estrutura, ter serviços prestados à comunidade, gozar de boa reputação moral e ideológica  e apresentar propostas capazes de sensibilizar os  corações e mentes  dos  eleitores para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento sócio-econômico e cultural da população.

Este fato ficou provado na disputa pela renovação da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal da Associação de Moradores de Maranguape II
.
Naquela ocasião, o conjunto Habitacional de Maranguape II encontrava-se totalmente abandonado pelas autoridades estaduais e municipais: Ruas totalmente esburacadas, esgotos estourados, escorrendo a céu aberto,  falta de profissionais e medicamentos nos postos de saúde, o transporte coletivo péssimo e as tarifas muito caras, os serviços de telefonia móvel (orelhões) e a iluminação pública deficientes, falta de policiamento e de um posto policial para amenizar  o alto índice de violência na comunidade e a diretoria da Associação de Moradores, inoperante, praticamente omissa aos problemas da localidade, tornava Maranguape II esquecida pelas autoridades.

Neste contexto despertava na comunidade um grande sentimento de indignação e de revolta e ao mesmo tempo por se tratar de um ano eleitoral renascia a esperança dos eleitores na perspectiva de uma mudança na política local, renovada pelas propostas dos candidatos a  Prefeito  e  vereadores.

Havia uma grande esperança no seio da população que sonhavam com a eleição do ex-Prefeito Dr. Geraldo Pinho Alves, político muito carismático e muito querido pelos munícipies de Paulista pelas obras construídas e pelo zelo e carinho com que o Doutor Geraldo teria dedicado à cidade durante a sua gestão  enquanto  Prefeito do município.

No plano nacional e estadual a população sentia-se muito desesperançada depois da frustração da malograda vitória do presidente Fernando Collor de Melo, apresentado pela rede globo como o “caçador de Marajás” e que logo após a sua posse se via envolvido numa série de acusações em esquema de corrupção sob o comando do seu tesoureiro de campanha, Paulo Cesar Farias, enquanto no estado de Pernambuco, o Governador Joaquim Francisco, aliado do Presidente Collor, desenvolvia uma administração desastrada devido a escassez de recursos por parte do Governo Federal, o estado amargava um alto índice de desemprego e de violência urbana e uma epidemia de cólera, que teria estimulado o Governador a proibir o banho de mar  nas praias pernambucanas.  

A cidade do Paulista não se diferenciava das más administrações dos governos Federal e Estadual, o gestor municipal, Ademir Cunha, enfrentava problemas numa briga interna com o seu vice, o engenheiro Marcondes Gonçalves e o desequilíbrio das contas públicas que causavam o sofrimento dos servidores municipais pelos constantes atrasos de pagamentos dos seus salários. Com  poucos investimentos em obras públicas, Paulista apresentava-se uma cidade estagnada. 

Com o inicio  da campanha eleitoral para a sucessão municipal 05 candidatos (Antònio  Speck, Matilde Ferreira, Dr. Geraldo Pinho Alves, o Deputado Estadual, José de Castro Resende e a Professora Glória) se apresentavam numa disputa acirrada, onde o Deputado José Resende e o Dr. Geraldo reuniam as  preferências dos eleitores.

Neste cenário a população de Maranguape II se preparava para eleger uma nova diretoria para a Associação de Moradores.

Diante o abandono em que se encontrava o bairro todas as lideranças e candidatos a vereadores da comunidade uniram-se em torno de uma chapa única que obtivera o apoio de dois candidatos a Prefeitos, vários candidatos a vereadores de outras comunidades, comerciantes, clubes esportivos e blocos carnavalescos numa grande concentração de forças políticas, comunitárias, comerciantes e de um grande empresário da construção civil em apoio a chapa única encabeçada pelo veterano e experiente líder comunitário Walter Lippo.

48 horas antes do registro oficial da chapa, o líder comunitário Walter  Lippo reuniu o seu   poderoso grupo na palhoça do Arnaldo para os acertos finais, em clima de comemoração por se tratar de uma chapa única.

Convidado por um amigo para participar da reunião pedí a palavra para parabenizar o grupo e desejar uma feliz gestão no comando da Associação e mesmo na condição de morador recente coloquei-me à disposição do grupo para ajuda-los no que precisassem até mesmo para capinar um matagal nos arredores do prédio da associação ou para fazer a faxina nos sanitários que se encontravam imundos para uso público.

Após a minha fala alguns componentes do grupo do Walter Lippo teceram duras críticas a minha pessoa, acusando-me de oportunista e politiqueiro e que eu era totalmente desconhecido da comunidade estaria querendo aparecer e me promover politicamente às custas da chapa já vitoriosa e que não precisavam do meu apoio e pediram para retirar-me do recinto.

Diante a falta de sensatez e o excesso de ignorância de alguns membros do grupo do  Walter Lippo, senti-me indignado e como “Fera ferida” dei dois murros na mesa e  usei da palavra mais uma vez  para provocá-los e devolver os insultos afirmando que a partir daquele instante eu não seria mais um desconhecido pela população de Maranguape II e que mesmo restando apenas menos de 48 horas para o encerramento das inscrições de chapas para concorrerem ao pleito da Associação eu iria formar uma chapa para concorrer contra eles. Não consegui conclui a minha fala sendo enxotado do local sob apupos e vaias e diversas sandálias atiradas contra a minha pessoa.

Ao sair do local da reunião respirei fundo e com um sorriso na face agi como um “cachorro louco” abordando todas as pessoas que encontrava   na minha frente e me apresentava como candidato a presidência da Associação de Moradores para desenvolver um mandato revolucionário, democrático e participativo e disposto a  lutar pelos anseios  da  comunidade.

Dentro do prazo previsto pelo regulamento registramos a nossa chapa de nº 3 deixando o grupo do Walter Lippo, perplexo.

E, assim, durante 30 dias de campanha a chapa 3 denoninada  “Mudança tem nome, Cláudio Lima e Vera na Associação “ formada por 14 membros sendo a maioria do sexo feminino, realizamos uma campanha revolucionária, com grande destaque para a minha companheira de chapa, a agente comunitária de saúde, Vera Lúcia e o apoio de apenas um grande líder comunitário, o ex-presidente da Associação e sindicalista Francisco Barbosa, que conseguiu com a presidente do Sindisprev, a Vera Barone, 3 mil panfletos que foram rodados na gráfica do sindicato e o comunitário Loli, conseguiu o trio elétrico do candidato a vereador e empresário Mesquita Babá  para fazer o comício de encerramento da nossa campanha.

Durante toda a campanha fomos hostilizados por alguns membros do grupo do Walter Lippo. O Diretor da biblioteca comunitária de Maranguape II acusava-me de ter formado um grupo de “pega na rua”  com pessoas inexpressivas que não reunia condições de ganharmos uma  eleição para a Associação.

E, assim, no dia 26 de julho de 1992, após uma disputa muito acirrada e uma diferença de apenas 10 votos (500 x 510), a chapa  “Mudança tem nome” Com Cláudio Lima e vera Lúcia  conquistavam uma vitória histórica, provando que nem sempre  o “Milhão vence o tostão! “.

Ao relembrar este fato histórico rendemos as nossas homenagens a todos e todas pessoas que participaram da chapa e no ajudaram nessa conquista:

- a sindicalista Norma Lúcia do nascimento; Antonieta Messias; Joel Pereira; Dona Ana carvalho; Isaías  Gomes; Itamar Rodolfo; Tino; Dona nil; Dona Sandra da unidamas; Marcos; Loli  e  Valdir Miguel...

ERRATA:  A professora Glória  foi a candidata a vice-prefeita  na chapa com o   quinto candidato a Prefeito  o ex-vereador Carlindo Batista.

Escrito por Cláudio Lima.


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