quinta-feira, 27 de abril de 2017

AS ABELHAS ESTÃO DESAPARECENDO

As abelhas (Apis mellifera) pertencem à grande família Apoidea e são parentes das vespas e das formigas.  Não se tem uma data precisa, mas já eram conhecidas na antiguidade quando o mel, cera e própolis já eram considerados produtos de alto beneficio.

A colônia é uma “monarquia”. A rainha vive até cinco anos. Seu alimento é a geléia real e sua função é a reprodução. Os zangões são os machões, cuja função é fecundar a rainha. Serviço feito, eles geralmente morrem. As operárias são milhares, sua função é alimentar e proteger a rainha e a colméia, colher a matéria-prima (pólen), transportar, fabricar o mel, própolis e cera e armazenar nos depósitos (favos) da colméia. As mesmas vivem de 28 a 48 dias. Alimentam-se do néctar das flores e na busca pelo pólen, elas acabam por polinizar plantações. Por isso, entre os insetos, são os mais importantes polinizadores.

Em 2006, apicultores dos Estados Unidos começaram a notar que suas colônias de abelhas estavam desaparecendo. Os cientistas que investigaram comprovaram o fenômeno e o denominaram de “síndrome do colapso das colônias”. Em 2013, dados mais recentes, demonstram que o fenômeno continua e se intensifica ano após ano. É um mistério, pois não são constatados insetos mortos nas proximidades das colmeias. Atualmente pesquisas vem sendo realizadas por um grupo de cientistas de 60 paises sobre as razões do sumiço das abelhas. O Brasil está incluso neste trabalho.

Entre as possíveis causas do extermínio gradativo das abelhas está o uso de pesticidas porque eles afetam não apenas os insetos considerados pragas, mas também os polinizadores. A monocultura que, por produzir um tipo somente de flor, causa subnutrição, pois não há diversidade de proteínas. Os transgênicos por serem pouco conhecidos podem estar interferindo na sua genética. E ainda, a poluição sonora causada pelas torres de celulares pode estar causando interferência no seu sistema de orientação. Essas teorias ainda não foram comprovadas cientificamente.


No Brasil, a espécie doméstica é a africanizada, resultado do cruzamento entre a Apis Mellifera (abelha europeia) e a abelha africana. Um hibrido mais resistente a doenças e com maior capacidade de reprodução. (Bioessens,2013)

Mesmo com a africanizada, apicultores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais têm relatado diminuição de suas colméias, sem explicação plausível.
O sumiço das abelhas não afeta só a produção de mel pois, Santa Catarina é o maior produtor de maçãs do país e a polinização desses pomares é feita por milhões de abelhas.  “Noventa por cento da produção de maçã no estado depende diretamente da polinização pelas abelhas domésticas”. (Orth, Fitotecnia - UFSC)

Medidas simples podem ajudar: não aplicar pesticidas em épocas de florada, fazer aplicações no final do dia quando as abelhas já se recolheram. Plantar flores de espécies diversas em jardins e árvores floríferas em parques e propriedades rurais. Conservar os campos naturais de flores silvestres e espécies que nascem aleatoriamente à beira de estradas como fazem os lírios do campo. 
* Ilza Kozik
Pedagoga e Especialista em Ecologia
Fotos/imagens> Arquivo google



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